Jornal Médico - Pretendemos colocar a APMCG rumo ao futuro

O candidato &agrave; presid&ecirc;ncia da APMCG para o tri&eacute;nio 2009-2011, Jo&atilde;o Sequeira Carlos, pretende colocar a APMCG rumo ao futuro &ldquo;sem apagar os 25 anos de hist&oacute;ria que constituem a mem&oacute;ria viva do que a MGF alcan&ccedil;ou at&eacute; hoje em Portugal, bem como a sua visibilidade internacional&rdquo;. O candidato &agrave; presid&ecirc;ncia da APMCG para o tri&eacute;nio 2009-2011, Jo&atilde;o Sequeira Carlos, pretende colocar a APMCG rumo ao futuro &ldquo;sem apagar os 25 anos de hist&oacute;ria que constituem a mem&oacute;ria viva do que a MGF alcan&ccedil;ou at&eacute; hoje em Portugal, bem como a sua visibilidade internacional&rdquo;. Entre as linhas mestras do seu projecto destacam-se as &aacute;reas da inova&ccedil;&atilde;o, interven&ccedil;&atilde;o, informa&ccedil;&atilde;o, investiga&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento t&eacute;cnico-cient&iacute;fico, bem como o internato e as rela&ccedil;&otilde;es internacionais da Associa&ccedil;&atilde;o. O m&eacute;dico n&atilde;o ignora que a responsabilidade da sua equipa &eacute; grande. Mais ainda, quando ir&aacute; substituir uma equipa liderada por um m&eacute;dico de fam&iacute;lia carism&aacute;tico: &ldquo;o Dr. Lu&iacute;s Pisco colocou definitivamente a APMCG e, consequentemente, a MGF na rota do futuro. Com ele, a APMCG conseguiu atrair uma nova gera&ccedil;&atilde;o de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia para a vida associativa&rdquo;, afirma Jo&atilde;o Sequeira Carlos. &ldquo;E foram justamente os seus sinais que nos motivaram a constituir uma lista jovem e inovadora&rdquo; Jornal M&eacute;dico de Fam&iacute;lia &ndash; Que motivos o levaram a avan&ccedil;ar com uma candidatura &agrave; presid&ecirc;ncia da APMCG? Jo&atilde;o Sequeira Carlos - Em Janeiro de 2008, na reuni&atilde;o de Quadros da APMCG, os participantes foram estimulados a delinearem estrat&eacute;gias de mudan&ccedil;a na ac&ccedil;&atilde;o e estrutura da organiza&ccedil;&atilde;o. Na altura soubemos que havia uma inten&ccedil;&atilde;o clara de renova&ccedil;&atilde;o de quadros associativos, e deu-se in&iacute;cio ao trabalho de reflex&atilde;o sobre a forma de dar corpo a esta ideia. Pessoalmente, tinha o firme prop&oacute;sito de integrar um grupo que viesse a constituir uma lista candidata aos &Oacute;rg&atilde;os Sociais da APMCG. Criou-se uma din&acirc;mica, catalisada por internos e jovens m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, que n&atilde;o surtiu efeito em tempo &uacute;til de apresentar uma candidatura, ainda em 2008. Com a abertura de novo processo eleitoral, o grupo organizou-se de forma a conseguir uma melhor e mais consistente organiza&ccedil;&atilde;o. Depois de uma reflex&atilde;o pessoal e por sentir o apoio dos colegas, decidi liderar o processo. &Eacute; uma candidatura de mudan&ccedil;a? Qualquer candidatura &eacute; de mudan&ccedil;a e renova&ccedil;&atilde;o. J&aacute; passei por dois processos eleitorais na APMCG &ndash; as listas que integrei tiveram, nos dois momentos eleitorais (2001 e 2004), manifestos diferentes e prop&oacute;sitos de renova&ccedil;&atilde;o, ainda que a equipa fosse de continuidade. Neste momento o des&iacute;gnio &eacute; semelhante &ndash; h&aacute; uma lista que se apresenta a elei&ccedil;&otilde;es com o objectivo de introduzir inova&ccedil;&atilde;o nas linhas de orienta&ccedil;&atilde;o da APMCG e de renovar os quadros associativos. Mas como tenho dito, &eacute; uma candidatura que quer colocar a APMCG rumo ao futuro sem apagar os 25 anos de hist&oacute;ria que constituem a mem&oacute;ria viva do que a MGF alcan&ccedil;ou at&eacute; hoje em Portugal e com visibilidade internacional. &Eacute; uma lista de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia jovens mas integra alguns seniores. Procurou-se, de alguma maneira, um equil&iacute;brio que reflicta a diversidade geracional da Medicina Familiar no nosso pa&iacute;s? Na linha do que referi atr&aacute;s, tent&aacute;mos conciliar a capacidade de inova&ccedil;&atilde;o da nova gera&ccedil;&atilde;o de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, com o saber e a experi&ecirc;ncia de quem assistiu ao desenvolvimento da MGF nacional. Na lista candidata, os nomes escolhidos para a Direc&ccedil;&atilde;o reflectem a inten&ccedil;&atilde;o de criar uma equipa executiva mais jovem, equilibrada, depois, pelos restantes &Oacute;rg&atilde;os Sociais. Mais do que reflectir a diversidade geracional da MGF portuguesa, foi nossa inten&ccedil;&atilde;o trazer para a APMCG capacidade de realiza&ccedil;&atilde;o e uma vis&atilde;o que v&aacute; ao encontro das gera&ccedil;&otilde;es futuras de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia. Trabalhou durante v&aacute;rios anos no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de mas, h&aacute; pouco tempo, decidiu mudar para o sector privado. Pensa que essa dupla experi&ecirc;ncia ir&aacute; reflectir-se no projecto que apresenta para os pr&oacute;ximos tr&ecirc;s anos de mandato? Devo confessar-lhe que essa situa&ccedil;&atilde;o me causou algum constrangimento no processo de decis&atilde;o de avan&ccedil;ar para a lideran&ccedil;a da lista candidata. At&eacute; certa altura, considerei que estar no sector privado do sistema de sa&uacute;de seria uma contra-indica&ccedil;&atilde;o absoluta para ocupar a presid&ecirc;ncia da APMCG. Percebi rapidamente que apenas eu estava incomodado com o facto e o apoio de v&aacute;rios colegas que tenho como conselheiros bem como dos membros da lista foi t&atilde;o forte, que as d&uacute;vidas ficaram completamente dilu&iacute;das. E a sua quest&atilde;o encerra uma ideia forte que me tem sido transmitida &ndash; a dupla experi&ecirc;ncia ter&aacute; reflexo nos tr&ecirc;s anos de mandato. Um reflexo positivo. Muitos dos elementos da lista candidata &agrave;s elei&ccedil;&otilde;es pertencem a unidades de sa&uacute;de familiar&hellip; Como se explica esta predomin&acirc;ncia? Longe de ser um crit&eacute;rio de selec&ccedil;&atilde;o dos elementos da lista, tenho de admitir que a din&acirc;mica de mudan&ccedil;a, a capacidade de realiza&ccedil;&atilde;o e inova&ccedil;&atilde;o que os colegas das USF t&ecirc;m, s&atilde;o caracter&iacute;sticas desej&aacute;veis para os membros de qualquer organiza&ccedil;&atilde;o. Mas o mais relevante &eacute; o predom&iacute;nio de jovens m&eacute;dicos internos e rec&eacute;m-especialistas na lista candidata. A reforma em curso nos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios reflecte a vis&atilde;o da APMCG de como deve ser organizado este n&iacute;vel de cuidados. Volvidos cinco anos, qual o balan&ccedil;o que faz do processo? A reforma em curso nos CSP foi alicer&ccedil;ada em pressupostos que a APMCG foi definindo ao longo dos anos como essenciais para a MGF e para os CSP. Foi criada na actual legislatura a oportunidade para transpor os conceitos para terreno. Personalidades ligadas &agrave; APMCG ocuparam, inclusivamente, lugares chave. O trabalho da Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios tem sido not&aacute;vel. Contudo, uma reforma n&atilde;o &eacute; feita s&oacute; pela vontade e ac&ccedil;&atilde;o de quem a idealiza. H&aacute; uma conjuntura pol&iacute;tica e social que envolve o processo e que determina os resultados. E h&aacute; tamb&eacute;m o trabalho que deve ser feito pelos receptores de uma reforma. Olho hoje para a reforma como um processo cont&iacute;nuo que, muito provavelmente, ainda vai a meio do caminho. E o mais importante &eacute; fazer o caminho e n&atilde;o pensar apenas na meta. Gostava muito de assistir, n&atilde;o s&oacute; &agrave; reforma estrutural, mas tamb&eacute;m &agrave; reforma de mentalidade e cultura organizacional. Que diferen&ccedil;as encontra entre esta e as anteriores reformas tentadas no passado para os CSP? A grande vantagem desta reforma, foi a de se ter apostado na iniciativa dos profissionais envolvidos. Outras diferen&ccedil;as de relevo s&atilde;o, sem d&uacute;vida, a vontade pol&iacute;tica (determinante para o lan&ccedil;amento da reforma h&aacute; quatro anos) e a integra&ccedil;&atilde;o de um enquadramento conceptual definido pelos profissionais dos CSP. Quais s&atilde;o as linhas mestras do programa de ac&ccedil;&atilde;o da vossa candidatura &agrave; lideran&ccedil;a da APMCG para o tri&eacute;nio 2009-2011? As linhas mestras est&atilde;o expl&iacute;citas no manifesto da lista. Temos um projecto para a APMCG orientado para as seguintes &aacute;reas: inova&ccedil;&atilde;o, interven&ccedil;&atilde;o, informa&ccedil;&atilde;o, investiga&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento t&eacute;cnico-cient&iacute;fico, internato e internacional. Num mundo cada vez mais dependente das novas tecnologias da informa&ccedil;&atilde;o, como vai a sua equipa, na Associa&ccedil;&atilde;o, enfrentar este enorme desafio? N&atilde;o podia ser de outra forma &ndash; vamos enfrentar o desafio com inova&ccedil;&atilde;o. Esta &eacute;, ali&aacute;s, uma das linhas mestras do nosso projecto para a APMCG. Queremos capacitar os m&eacute;dicos de fam&iacute;lia para lidar com as novas tecnologias de informa&ccedil;&atilde;o e comunica&ccedil;&atilde;o, essenciais &agrave; presta&ccedil;&atilde;o de cuidados no s&eacute;culo XXI. Pretendemos, ainda, promover a dinamiza&ccedil;&atilde;o de redes colaborativas e de comunidades de pr&aacute;tica. Por outro lado, n&atilde;o iremos esquecer a comunidade &agrave; qual prestamos cuidados. Nesse sentido, planeamos criar espa&ccedil;os virtuais de informa&ccedil;&atilde;o em sa&uacute;de orientados para os cidad&atilde;os. A APMCG tem, sob a sua al&ccedil;ada, algumas das mais relevantes iniciativas m&eacute;dicas portuguesas na &aacute;rea da Medicina, como o s&atilde;o o Congresso, o Encontro Nacional, as Escolas e os Encontros regionais. Vamos ter novidades nesta &aacute;rea? A APMCG tem de continuar a ser uma organiza&ccedil;&atilde;o ligada &agrave; forma&ccedil;&atilde;o dos m&eacute;dicos de fam&iacute;lia. Para tal, iremos manter e desenvolver os eventos que referiu. As novidades podem passar por tentar encontrar outros espa&ccedil;os para o Encontro Nacional, dinamizar o Congresso Nacional e refor&ccedil;ar o apoio aos eventos regionais. Uma palavra especial para as Escolas de MGF: dado o seu sucesso, pensamos que h&aacute; espa&ccedil;o para mais dois per&iacute;odos formativos por ano. Para introduzir novidades, pretendemos ir ao encontro das necessidades e expectativas dos associados e participantes dos eventos em causa. Ao longo dos &uacute;ltimos anos, a APMCG tem tido um papel extremamente interventivo na defesa da especialidade e das condi&ccedil;&otilde;es de trabalho dos m&eacute;dicos. Op&ocirc;s-se, sem receio, a l&iacute;deres pol&iacute;ticos, ministros e secret&aacute;rios de Estado sempre que foi necess&aacute;rio. Ser&aacute; assim no futuro, se as circunst&acirc;ncias a isso obrigarem? Mais uma vez respondo utilizando o nosso manifesto &ndash; seremos firmes na defesa da especialidade. Planeamos intervir de forma respons&aacute;vel, s&eacute;ria e criteriosa. Acima de tudo, procuraremos dialogar com outras organiza&ccedil;&otilde;es para evitar sobreposi&ccedil;&atilde;o e duplica&ccedil;&atilde;o de esfor&ccedil;os. Conv&eacute;m lembrar que as condi&ccedil;&otilde;es laborais s&atilde;o objecto de interven&ccedil;&atilde;o dos sindicatos m&eacute;dicos. A nossa prioridade ser&aacute; a defesa da MGF. Alguns dos l&iacute;deres da APMCG s&atilde;o pessoas que j&aacute; fizeram hist&oacute;ria na Medicina Geral e Familiar. Como encara o peso e a responsabilidade de poder vir a substituir dirigentes como o Dr. Lu&iacute;s Pisco, que tem vindo a liderar um processo de reforma dos CSP, ainda h&aacute; dias apontado como um &ldquo;acontecimento extraordin&aacute;rio&rdquo; na sociedade portuguesa? Todos os l&iacute;deres da APMCG s&atilde;o parte da hist&oacute;ria da MGF. E felizmente muitos mant&ecirc;m actividade acad&eacute;mica, assistencial e associativa. Contamos com o seu apoio para o futuro, pois n&atilde;o pertencem s&oacute; ao passado. H&aacute; um legado que sabemos estimar e respeitar. A responsabilidade desta equipa &eacute; grande. Mais ainda quando se pretende suceder a uma equipa liderada por um m&eacute;dico de fam&iacute;lia carism&aacute;tico &ndash; o Dr. Luis Pisco colocou definitivamente a APMCG e, consequentemente, a MGF na rota do futuro. Com ele, a APMCG conseguiu atrair uma nova gera&ccedil;&atilde;o de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia para a vida associativa. Foram os seus sinais que nos motivaram a constituir uma lista jovem e inovadora. No que se refere &agrave; &aacute;rea dos media, quais s&atilde;o os seus projectos para a Revista e o Portal da APMCG? Obviamente que o nosso projecto na &aacute;rea dos &oacute;rg&atilde;os de comunica&ccedil;&atilde;o e informa&ccedil;&atilde;o da APMCG ir&aacute; no sentido da continuidade. Continuaremos a apostar na tr&iacute;ade Revista/Portal/Jornal para informar os nossos associados e todos os profissionais de sa&uacute;de atentos &agrave; MGF. A informa&ccedil;&atilde;o emitida com a chancela da APMCG tem de ser oportuna, rigorosa e actual. Para que tal aconte&ccedil;a, precisamos de apostar definitivamente na Internet &ndash; o Portal da APMCG tem de ser a porta de entrada para a MGF portuguesa. A partir do Portal, o m&eacute;dico de fam&iacute;lia deve aceder rapidamente &agrave; informa&ccedil;&atilde;o socioprofissional mais actual (site do Jornal M&eacute;dico de Fam&iacute;lia), ter possibilidade de receber forma&ccedil;&atilde;o on-line (plataforma de e-learning), pesquisar artigos na Revista Portuguesa de Cl&iacute;nica Geral (site da RPCG), obter ajuda em tempo real para a consulta (instrumentos de apoio &agrave; consulta) e dialogar com outros colegas e com os &oacute;rg&atilde;os sociais da APMCG (web-f&oacute;rum). Como v&ecirc; o Jornal M&eacute;dico de Fam&iacute;lia no contexto da informa&ccedil;&atilde;o socioprofissional em que se insere a Medicina Familiar? O Jornal M&eacute;dico de Fam&iacute;lia, mormente desde que se apresenta em vers&atilde;o on-line, &eacute; uma fonte de informa&ccedil;&atilde;o ainda mais relevante para os m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, que tem permitido levar a MGF a todos os agentes da Sa&uacute;de. A prepara&ccedil;&atilde;o dos seus jornalistas na &aacute;rea da MGF resulta num tratamento adequado da informa&ccedil;&atilde;o. Pensamos, todavia, que ainda h&aacute; espa&ccedil;o para desenvolver muitas outras &aacute;reas com interesse para os associados, promovendo uma maior abrang&ecirc;ncia informativa. Ao n&iacute;vel da investiga&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento t&eacute;cnico-cient&iacute;fico, prop&otilde;e, no seu manifesto eleitoral, um importante investimento na forma&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-graduada dos m&eacute;dicos de fam&iacute;lia no &acirc;mbito da investiga&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica e o desenvolvimento de estruturas de apoio t&eacute;cnico espec&iacute;fico. A que estruturas e apoio se refere exactamente? Queremos, efectivamente, dotar a APMCG de capacidade operacional para o desenvolvimento profissional cont&iacute;nuo e promo&ccedil;&atilde;o da investiga&ccedil;&atilde;o em MGF. Isto consegue-se dando maior relevo &agrave; dimens&atilde;o t&eacute;cnico-cient&iacute;fica da Associa&ccedil;&atilde;o. Para que tal aconte&ccedil;a, devemos desenvolver estruturas j&aacute; existentes, como os n&uacute;cleos e departamentos, e promover parcerias com institui&ccedil;&otilde;es nacionais e estrangeiras. Desta forma, ser&aacute; facilitado o acesso ao conhecimento e apoio t&eacute;cnico. Pensamos, ainda, refor&ccedil;ar a liga&ccedil;&atilde;o &agrave; academia (escolas m&eacute;dicas) estimulando doutoramentos, programas de forma&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-graduada e projectos de investiga&ccedil;&atilde;o. A APMCG conta, no seu seio, com um vasto grupo de n&uacute;cleos de interesse. O que pensa fazer para incrementar o trabalho destes grupos? Tal como disse no in&iacute;cio da entrevista, planeamos continuar o trabalho que tem sido desenvolvido &ndash; refor&ccedil;ar o papel dos n&uacute;cleos de interesse no seio da APMCG. Uma organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o pode estar na depend&ecirc;ncia total dos seus &oacute;rg&atilde;os sociais. Deles depender&aacute; a governa&ccedil;&atilde;o e orienta&ccedil;&atilde;o estrat&eacute;gica mas &eacute; dos seus n&uacute;cleos e departamentos que se espera a ac&ccedil;&atilde;o concreta &ndash; em sentido figurado estes ser&atilde;o os m&uacute;sculos da organiza&ccedil;&atilde;o. Para que um n&uacute;cleo de interesse seja produtivo, dever&aacute; estar bem definida a sua &aacute;rea de actua&ccedil;&atilde;o. Depois tem de ser constitu&iacute;da uma equipa motivada e com um projecto de longo prazo &agrave; volta dessa &aacute;rea de interesse. Nesta fase, dever&aacute; intervir a Direc&ccedil;&atilde;o, validando o projecto e, consequentemente, aprovando o n&uacute;cleo. A liga&ccedil;&atilde;o da Direc&ccedil;&atilde;o ao n&uacute;cleo deve ser forte, permitindo um apoio e monitoriza&ccedil;&atilde;o constantes. Pretendemos, desta forma, tornar os n&uacute;cleos mais operacionais e activos. Preferimos que existam menos n&uacute;cleos com maior produtividade, do que um vasto grupo de n&uacute;cleos com actividade residual e sem visibilidade. Em termos de pol&iacute;tica profissional, mant&eacute;m-se a velha quest&atilde;o do alargamento do Internato para quatro anos e a publica&ccedil;&atilde;o do programa da especialidade, o &uacute;nico que ainda n&atilde;o viu a luz do dia. Como pensa &ldquo;for&ccedil;ar&rdquo; a tutela e a Ordem dos M&eacute;dicos para que aprovem e publiquem esta legisla&ccedil;&atilde;o essencial &agrave; especialidade? O Internato &eacute; uma das linhas mestras do programa da lista. Respondendo &agrave; sua quest&atilde;o, conv&eacute;m recordar que a portaria do novo programa de internato de MGF (alargado para quatro anos) aguarda publica&ccedil;&atilde;o, que se prev&ecirc; poder acontecer a qualquer momento. Vamos estar atentos a esta situa&ccedil;&atilde;o. Seja como for, refor&ccedil;o que apoiamos a implementa&ccedil;&atilde;o do novo programa de internato de MGF. A APMCG tem sido, nos &uacute;ltimos anos, o centro para onde confluem as diferentes sensibilidades da MGF e as suas m&uacute;ltiplas estruturas representativas. Vai continuar a s&ecirc;-lo? Tem de ser. A Associa&ccedil;&atilde;o deve promover as rela&ccedil;&otilde;es com organiza&ccedil;&otilde;es relacionadas com a MGF e com todas as institui&ccedil;&otilde;es ligadas &agrave; Sa&uacute;de. Os m&eacute;dicos de fam&iacute;lia n&atilde;o devem trabalhar isolados. A APMCG deve seguir o mesmo pressuposto. Podemos actuar como personagem principal num di&aacute;logo interinstitucional construtivo e eficiente. Dar forma a esta plataforma j&aacute; foi objecto de debate no seio da APMCG. Pretendemos reavivar a ideia de um F&oacute;rum de MGF &ndash; um evento que congregasse diferentes estruturas m&eacute;dicas, organiza&ccedil;&otilde;es de doentes e institui&ccedil;&otilde;es de Sa&uacute;de com liga&ccedil;&atilde;o especial &agrave; MGF. Em termos internacionais, quais ser&atilde;o as grandes apostas para o seu mandato? O que se deve esperar da nova equipa no que toda ao relacionamento, que at&eacute; aqui tem sido privilegiado, entre a APMCG, a Sociedade Brasileira de MFC e a SemFYC? Estabelecemos como fundamental a presen&ccedil;a e representa&ccedil;&atilde;o na WONCA (Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de M&eacute;dicos de Fam&iacute;lia), com prioridade para a regi&atilde;o Europeia e CIMF (Ibero-americana). Continuaremos a apostar nas rela&ccedil;&otilde;es privilegiadas com a SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina de Fam&iacute;lia e Comunidade) e semFYC (Sociedad Espa&ntilde;ola de Medicina de Familia y Comunit&aacute;ria), sociedades cient&iacute;ficas de MGF com as quais pretendemos realizar projectos conjuntos. Acalentamos a esperan&ccedil;a de vir a colaborar com pa&iacute;ses lus&oacute;fonos do continente africano &ndash; qui&ccedil;&aacute; promovendo o desenvolvimento de organiza&ccedil;&otilde;es cong&eacute;neres &agrave; APMCG. Planeamos, ainda, estabelecer protocolos de colabora&ccedil;&atilde;o com grupos e organiza&ccedil;&otilde;es internacionais ligados &agrave; MGF. &Eacute; grande a vontade de manter Portugal na rota internacional da MGF. Ainda neste campo, saliento, pela sua posi&ccedil;&atilde;o na estrutura, o Movimento Vasco da Gama, da WONCA, de que &eacute; presidente&hellip; Quais as suas expectativas para o futuro desta organiza&ccedil;&atilde;o? Como calcula, tenho uma forte liga&ccedil;&atilde;o afectiva ao Movimento Vasco da Gama (MVdG). Para al&eacute;m de ocupar a presid&ecirc;ncia, sou actualmente o &uacute;ltimo membro do grupo fundador presente na direc&ccedil;&atilde;o da organiza&ccedil;&atilde;o. Desde a sua funda&ccedil;&atilde;o, em 2005, o crescimento foi vertiginoso e a visibilidade internacional &eacute; impressionante. Recordo sempre o que disse uma vez o presidente da WONCA Europa, Igor Svab: o MVdG foi o melhor que aconteceu &agrave; WONCA nos &uacute;ltimos anos. Nesta linha, s&oacute; posso estar confiante no futuro da organiza&ccedil;&atilde;o. Os elementos mais novos da direc&ccedil;&atilde;o t&ecirc;m grande capacidade de lideran&ccedil;a e grande compet&ecirc;ncia para levar o MVdG a novos projectos e desafios. Uma &uacute;ltima quest&atilde;o&hellip; Um desafio como o que decidiu enfrentar, obriga a um balan&ccedil;o, determinante para a decis&atilde;o final, dos pr&oacute;s e contras envolvidos. Que pesos colocou em cada um dos pratos da balan&ccedil;a? J&aacute; tive de tomar muitas decis&otilde;es relevantes na minha vida pessoal e profissional. &Eacute; um exerc&iacute;cio apaixonante que comporta emo&ccedil;&otilde;es fortes. N&atilde;o costumo utilizar uma balan&ccedil;a. Prefiro apostar na rela&ccedil;&atilde;o com as pessoas que s&atilde;o importantes para a tomada de decis&atilde;o. Da comunica&ccedil;&atilde;o com essas pessoas resultam for&ccedil;as cujo somat&oacute;rio me indica o caminho a seguir. Depois, conjugo essa resultante de for&ccedil;as com uma reflex&atilde;o a solo em que antecipo cen&aacute;rios e me&ccedil;o os riscos. S&oacute; ent&atilde;o a decis&atilde;o &eacute; tomada. Hip&oacute;crates escreveu h&aacute; mais de 2000 anos que A vida &eacute; breve, a arte &eacute; longa. A oportunidade &eacute; ef&eacute;mera, a experi&ecirc;ncia enganosa e a decis&atilde;o dif&iacute;cil. Foi dif&iacute;cil mas neste momento n&atilde;o tenho qualquer d&uacute;vida sobre a decis&atilde;o tomada.

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