Jornal Médico - O que mudou no seguimento dos doentes?

As melhorias nos cuidados de sa&uacute;de, decorrentes da entrada em funcionamento das unidades de sa&uacute;de familiar, s&atilde;o ineg&aacute;veis... As melhorias nos cuidados de sa&uacute;de, decorrentes da entrada em funcionamento das unidades de sa&uacute;de familiar, s&atilde;o ineg&aacute;veis... Dizem-no os utentes, afirmam-no os profissionais e sustentam-no, ainda, os respons&aacute;veis das urg&ecirc;ncias hospitalares, onde os benef&iacute;cios da implementa&ccedil;&atilde;o das USF tamb&eacute;m j&aacute; se fazem sentir, nomeadamente em Santa Maria da Feira. No II Encontro das USF deste concelho, m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, enfermeiros e administrativos debateram o que mudou no seguimento dos doentes com a nova forma de organiza&ccedil;&atilde;o "O acompanhamento que mais ter&aacute; melhorado com o aparecimento das unidades de sa&uacute;de familiar (USF) foi o dos diab&eacute;ticos. No entanto, esta evolu&ccedil;&atilde;o n&atilde;o come&ccedil;a hoje, mas traduz uma mudan&ccedil;a no paradigma da presta&ccedil;&atilde;o de cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios (CSP) em Portugal, nas duas &uacute;ltimas gera&ccedil;&otilde;es". Quem o diz &eacute; Marco Pinto, enfermeiro da USF Sa&uacute;de Mais, convidado a falar sobre o acompanhamento dos grupos de risco, na perspectiva da enfermagem, numa mesa-redonda intitulada O que mudou no seguimento dos doentes?, moderada pela m&eacute;dica de fam&iacute;lia (MF) da USF Fronteiras, Miquelina Redondo. Marco Pinto fez uma retrospectiva do acompanhamento dos diab&eacute;ticos no Centro de Sa&uacute;de (CS) da Feira, lembrando que este passou por tr&ecirc;s fases distintas: o per&iacute;odo da "picada no dedo", as primeiras consultas multidisciplinares de diabetes e, mais recentemente, o enfermeiro de fam&iacute;lia. Na primeira fase, "a percentagem de diab&eacute;ticos a fazerem a auto-vigil&acirc;ncia era residual, n&atilde;o havia agendamento e os doentes deslocavam-se ao CS para que os enfermeiros lhe picassem o dedo", recorda o enfermeiro de fam&iacute;lia, salientando que a glicemia era avaliada "quando mais convinha", que os doentes passavam "horas em jejum" at&eacute; chegar a sua vez e que "os registos eram feitos em papel, no processo de enfermagem, faltando a articula&ccedil;&atilde;o com os cuidados m&eacute;dicos". A segunda fase - a das consultas multidisciplinares de diabetes - partiu da iniciativa de alguns m&eacute;dicos que decidiram implementar uma consulta diferenciada, mas que "cedo perceberam que sozinhos n&atilde;o conseguiam trabalhar todas as dimens&otilde;es", lembrou Marco Pinto. A colabora&ccedil;&atilde;o dos enfermeiros, revelou-se essencial. Enfermeiro de fam&iacute;lia traz vantagens O actual modelo de presta&ccedil;&atilde;o de cuidados aos diab&eacute;ticos - assente na figura do enfermeiro de fam&iacute;lia - trouxe grandes vantagens ao seguimento destes doentes, referiu Marco Pinto. "Actualmente, enfermeiro e MF formam uma equipa, que trabalha para atingir objectivos previamente acordados e contratualizados. O enfermeiro de fam&iacute;lia tem uma maior disponibilidade, sendo sempre o mesmo profissional a acompanhar uma determinada popula&ccedil;&atilde;o", explicou o profissional da USF Sa&uacute;de Mais. As mais-valias deste modelo s&atilde;o, segundo Marco Pinto, "a atitude de incentivo face &agrave; frequ&ecirc;ncia da consulta (com convocat&oacute;rias, consulta p&oacute;s-laboral e consulta domicili&aacute;ria) e a melhor defini&ccedil;&atilde;o do trabalho a desenvolver com esta popula&ccedil;&atilde;o, com indicadores constru&iacute;dos para monitoriza&ccedil;&atilde;o do trabalho das USF e normas e crit&eacute;rios de actua&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica estabelecidos pela equipa". De acordo com Marco Pinto, a consulta de enfermagem do CS da Feira tem hoje, como fen&oacute;menos e interven&ccedil;&otilde;es mais trabalhados, a ades&atilde;o &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o, hipertens&atilde;o, obesidade, auto-vigil&acirc;ncia, gest&atilde;o do regime terap&ecirc;utico, ensinamento sobre estrat&eacute;gias de adapta&ccedil;&atilde;o e promo&ccedil;&atilde;o do envolvimento da sa&uacute;de no que toca &agrave; aceita&ccedil;&atilde;o do estado de sa&uacute;de.

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