Jornal Médico - Vale a pena ser USF?

Realizou-se, nos dias 16 e 17 de Abril, o II Encontro de USF de Santa Maria da Feira, organizado pela USF Egas Moniz... Realizou-se, nos dias 16 e 17 de Abril, o II Encontro de USF de Santa Maria da Feira, organizado pela USF Egas Moniz, no &acirc;mbito das comemora&ccedil;&otilde;es do seu segundo anivers&aacute;rio. O grande objectivo da iniciativa - que teve lugar no audit&oacute;rio da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira e reuniu m&eacute;dicos, enfermeiros e administrativos das oito USF j&aacute; em funcionamento no concelho - foi fazer um balan&ccedil;o do muito trabalho j&aacute; realizado neste novo modelo organizativo. A contratualiza&ccedil;&atilde;o e a forma&ccedil;&atilde;o nas USF foram dois dos principais temas em debate Com mais de uma centena de inscritos, um programa apetec&iacute;vel, sess&otilde;es sempre muito participadas e a presen&ccedil;a de respons&aacute;veis de topo do sector da Sa&uacute;de - presidentes da Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de do Norte e da direc&ccedil;&atilde;o do Hospital de S&atilde;o Sebasti&atilde;o - a segunda edi&ccedil;&atilde;o do Encontro das USF do concelho de Santa Maria da Feira foi "um verdadeiro sucesso". A organiza&ccedil;&atilde;o deste evento esteve, uma vez mais, a cargo da equipa da USF Egas Moniz, uma das primeiras unidades de sa&uacute;de familiar (USF) a abrir portas no concelho, a 17 de Abril de 2007. Vale a pena ser USF? foi um dos temas centrais debatidos pelos v&aacute;rios profissionais dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios (CSP) presentes no audit&oacute;rio da Biblioteca Municipal da Feira. A esta pergunta, o coordenador da USF Egas Moniz, M&aacute;rio Canossa Dias, responde com um "Sem d&uacute;vida alguma que sim!". J&aacute; em resposta &agrave; quest&atilde;o que deu t&iacute;tulo &agrave; sua apresenta&ccedil;&atilde;o - USF tipo A ou B? - o m&eacute;dico de fam&iacute;lia (MF) reconhece vantagens ao modelo B - em vigor na USF Egas Moniz desde o dia 1 de Julho de 2008 - mas tamb&eacute;m alguns problemas... Entre as USF de modelo A e B, M&aacute;rio Dias salientou, como semelhan&ccedil;as, "as caracter&iacute;sticas de se ser USF, o compromisso assistencial, a contratualiza&ccedil;&atilde;o e a possibilidade de se aceder a incentivos institucionais". No que toca a diferen&ccedil;as, na passagem a modelo B, o coordenador da USF Egas Moniz apontou, &agrave; cabe&ccedil;a, "o vencimento", seguido de aspectos como "a necessidade de monitoriza&ccedil;&atilde;o dos utentes inscritos com maior frequ&ecirc;ncia, a contratualiza&ccedil;&atilde;o e a possibilidade de ter incentivos financeiros". Mas nem tudo s&atilde;o rosas no modelo B... E os espinhos, segundo M&aacute;rio Dias, v&ecirc;m em forma de "m&oacute;dulo estat&iacute;stico, fragilidades dos sistemas de informa&ccedil;&atilde;o, unidades ponderadas que n&atilde;o contam para a reforma dos enfermeiros e dos funcion&aacute;rios administrativos". Estas duas categorias profissionais s&atilde;o ainda penalizadas em situa&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;a, recebendo apenas o vencimento base. Em jeito de conclus&atilde;o, o coordenador da USF Egas Moniz salientou que "o modelo B &eacute; mais exigente do ponto de vista organizativo, exige muita qualidade na presta&ccedil;&atilde;o de cuidados e d&aacute; mais trabalho... Mas, promove o desenvolvimento da equipa, d&aacute; mais satisfa&ccedil;&atilde;o e maior compensa&ccedil;&atilde;o pelo desempenho". Para al&eacute;m disso, acrescentou, "o modelo B permite &agrave; equipa lidar com novos desafios, aumentar a efic&aacute;cia da organiza&ccedil;&atilde;o, adquirir novos conhecimentos, na medida em que favorece o enriquecimento pessoal atrav&eacute;s da troca de ideias, a responsabilidade &eacute; distribu&iacute;da por todos os membros da equipa e promove o esp&iacute;rito de entreajuda, gerando rela&ccedil;&otilde;es de confian&ccedil;a e flexibilidade". Educa&ccedil;&atilde;o para a sa&uacute;de sai a ganhar com USF Enquanto base do trabalho em CSP, a educa&ccedil;&atilde;o para a sa&uacute;de foi o tema abordado por Joana Dias, enfermeira da USF Egas Moniz, na sess&atilde;o Vale a pena ser USF?. Na &oacute;ptica desta profissional, a implementa&ccedil;&atilde;o das USF e a figura do enfermeiro de fam&iacute;lia abriram novos horizontes a este aspecto crucial da presta&ccedil;&atilde;o de CSP. Assim, muita coisa mudou na educa&ccedil;&atilde;o para a sa&uacute;de com as USF... De acordo com Joana Dias, "h&aacute; uma maior motiva&ccedil;&atilde;o por parte dos profissionais, que t&ecirc;m mais tempo livre para dedicar &agrave; preven&ccedil;&atilde;o, bem como uma maior confian&ccedil;a do utente na sua equipa MF/enfermeiro de fam&iacute;lia".

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