Jornal Médico - CS de Oeiras acolhe espaço de leitura infantil

O Plano Nacional de Leitura, a APMCG e a Sociedade Portuguesa de Pediatria ofereceram ao CS de Oeiras um espa&ccedil;o de leitura... O Plano Nacional de Leitura, a Associa&ccedil;&atilde;o Portuguesa de M&eacute;dicos de Cl&iacute;nica Geral e a Sociedade Portuguesa de Pediatria ofereceram ao Centro de Sa&uacute;de de Oeiras, no &acirc;mbito do projecto Ler + d&aacute; Sa&uacute;de, um espa&ccedil;o de leitura e uma biblioteca. A d&aacute;diva, composta por 1300 livros, mobili&aacute;rio diverso e todos os componentes necess&aacute;rios para um cantinho liter&aacute;rio e hospitaleiro, &eacute; cortesia da empresa Modelo. Trata-se de um empurr&atilde;o importante para um projecto que j&aacute; abrange 116 unidades dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios, focado na import&acirc;ncia da leitura em fases precoces da vida da crian&ccedil;a Foi na presen&ccedil;a de Isabel Al&ccedil;ada, escritora e comiss&aacute;ria do Plano Nacional de Leitura (PNL), Riz&eacute;rio Salgado (mentor do projecto Ler + d&aacute; Sa&uacute;de e membro do N&uacute;cleo de Sa&uacute;de Infantil da Associa&ccedil;&atilde;o Portuguesa de M&eacute;dicos de Cl&iacute;nica Geral - APMCG), V&iacute;tor Cardoso, director executivo do Agrupamento de Centros de Sa&uacute;de (ACES) de Oeiras e Carlos Canhota, director cl&iacute;nico deste ACES, que decorreu a entrega dos materiais do novo espa&ccedil;o de leitura criado na Unidade de Sa&uacute;de Familiar (USF) S&atilde;o Juli&atilde;o de Oeiras. O gesto refor&ccedil;a o peso do projecto Ler + d&aacute; Sa&uacute;de naquela unidade e foi protagonizado por Jorge Sim&otilde;es, director do Modelo Bonjour de Oeiras, patrocinador da iniciativa. De referir que praticamente toda a equipa da USF de S&atilde;o Juli&atilde;o assistiu &agrave; cerim&oacute;nia, que contou ainda com a presen&ccedil;a de alguns utentes mais entusi&aacute;sticos. Trata-se do nono espa&ccedil;o de leitura com que o Modelo presenteia os centros de sa&uacute;de (CS) portugueses (tamb&eacute;m j&aacute; foram contempladas as unidades de Avintes, Bombarral, Lous&atilde;, Machico, Mangualde, Mozelos, Olh&atilde;o e Palmela). De recordar que o Ler + d&aacute; Sa&uacute;de, projecto do N&uacute;cleo de Sa&uacute;de Infantil da APMCG, &eacute; hoje apoiado pelo governo (atrav&eacute;s dos Minist&eacute;rios da Cultura e da Educa&ccedil;&atilde;o), conta com o Alto Patroc&iacute;nio do Presidente da Rep&uacute;blica e tem como objectivo principal envolver os profissionais de sa&uacute;de dos CS, em particular os m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, na tarefa de promover a leitura junto das crian&ccedil;as, desde a mais tenra idade. Cruzada liter&aacute;ria favorece desenvolvimento infantil Riz&eacute;rio Salgado frisou, durante a entrega do espa&ccedil;o de leitura (e respectiva biblioteca), que "estimular a leitura entre as crian&ccedil;as, a partir dos seis meses de idade, tem repercuss&otilde;es na sa&uacute;de, desenvolvimento e capacidade de linguagem dos mais pequenos, bem como no relacionamento com o adulto. N&oacute;s, m&eacute;dicos e enfermeiros dos CSP, temos um papel estrat&eacute;gico e privilegiado na comunica&ccedil;&atilde;o desta mensagem junto dos cidad&atilde;os". J&aacute; de acordo com a comiss&aacute;ria do PNL, a funda&ccedil;&atilde;o nos CS de locais onde impera o prazer de folhear p&aacute;ginas, durante o tempo de espera, constitui "uma mais-valia que ajudar&aacute; o projecto a estruturar-se de uma forma consistente". Mas, porventura mais importante, ser&aacute; a continuidade dos esfor&ccedil;os levados a cabo no consult&oacute;rio pelos m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, no sentido de mostrar a pais e crian&ccedil;as como o livro &eacute; um objecto acess&iacute;vel, educativo e at&eacute; divertido. Isabel Al&ccedil;ada garantiu, em declara&ccedil;&otilde;es ao nosso jornal, que embora o projecto seja relativamente recente, o n&uacute;mero de equipas de sa&uacute;de que se inscreveram para ajudar &eacute; esclarecedor: "o facto de termos 116 servi&ccedil;os a aderir &eacute; uma prova cabal de que os m&eacute;dicos conseguem desempenhar estas tarefas, integr&aacute;-las na sua rotina di&aacute;ria. Quem n&atilde;o conhece bem o projecto pode pensar que ele representa uma carga excessiva, em cima do tempo e do n&uacute;mero de pessoas que devem ser atendidas diariamente. O que temos feito &eacute; divulgar, por via de filmes e testemunhos dos cl&iacute;nicos que j&aacute; participam na iniciativa, como as actividades n&atilde;o s&atilde;o assim t&atilde;o pesadas e ma&ccedil;adoras". Tamb&eacute;m Riz&eacute;rio Salgado defende a excelente rela&ccedil;&atilde;o custo/benef&iacute;cio destas ac&ccedil;&otilde;es do Ler + d&aacute; Sa&uacute;de. O impulsionador do projecto em Oeiras explica como faz, para integrar esta ferramenta no seu arsenal de cuidados antecipat&oacute;rios: "quando a crian&ccedil;a chega ao consult&oacute;rio, entrego-lhe o livro, sem sequer falar dele. A seguir, coloco aos pais as perguntas normais de uma consulta e, no final, dou-lhes alguns conselhos pr&aacute;ticos. Digo-lhes que partilhar todos os dias um livro &eacute; muito importante para o desenvolvimento infantil e, quando &eacute; oportuno, ofere&ccedil;o-lhes uma brochura. Depois, destaco o facto da crian&ccedil;a se ter relacionado de modo natural com o livro. Tudo isto pode demorar menos de um minuto. N&atilde;o &eacute; um gasto de tempo, desde que os segundos sejam bem rentabilizados". Oferta de livros, nos CS, n&atilde;o tardar&aacute; O MF Riz&eacute;rio Salgado ilustra as vantagens da promo&ccedil;&atilde;o da leitura no contexto cl&iacute;nico, com dados suportados por evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica: "diversos estudos provam o facto de a interven&ccedil;&atilde;o de t&eacute;cnicos de sa&uacute;de, nesta &aacute;rea, conduzir as fam&iacute;lias mais conscientes da import&acirc;ncia do livro, possuidoras de mais livros em casa e dispostas a lerem mais frequentemente com as crian&ccedil;as". Por todas estas raz&otilde;es, o Ler + d&aacute; Sa&uacute;de tem vindo a colocar nos CS recursos que facilitam as tarefas de promo&ccedil;&atilde;o da leitura. A come&ccedil;ar por folhetos que informam os profissionais de sa&uacute;de sobre a natureza do projecto, mas tamb&eacute;m brochuras que devem ser entregues, em m&atilde;o, a pais e acompanhantes. Estes materiais explicam a relev&acirc;ncia da leitura e como o desenvolvimento da crian&ccedil;a se processa por interm&eacute;dio dela, nas diversas idades. Depois, est&atilde;o dispon&iacute;veis caixas com livros, para que os m&eacute;dicos possam explicar aos pais o tipo de leitura mais adequado ao seu filho, em determinada fase do processo de crescimento. "Quando se mostra um livro a uma crian&ccedil;a, a sua reac&ccedil;&atilde;o &eacute;, em geral, positiva e encoraja os pais a procurar, noutros contextos, a repeti&ccedil;&atilde;o do mesmo reflexo", garante Isabel Al&ccedil;ada. A escritora de literatura infantil adiantou-nos tamb&eacute;m que o Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o (em conjunto com os Minist&eacute;rios da Sa&uacute;de, Cultura e Solidariedade Social) est&aacute; a congregar apoios para que seja poss&iacute;vel aos m&eacute;dicos oferecerem gratuitamente livros &agrave;s crian&ccedil;as, &agrave; sa&iacute;da da consulta. "Assim, o m&eacute;dico n&atilde;o s&oacute; recomenda o livro, como o tem junto de si, dispon&iacute;vel para que a crian&ccedil;a o leve para casa", diz a escritora. Mas h&aacute; outras ideias com potencial, a explorar. Por exemplo, a possibilidade de as bibliotecas p&uacute;blicas (em especial as municipais) convidarem os pais que receberam livros nos CS a deslocarem-se &agrave;s suas instala&ccedil;&otilde;es. O intuito &eacute; o de n&atilde;o deixar morrer o gosto entretanto acicatado, alargando o leque de lugares onde pais e crian&ccedil;as podem conviver em torno dos livros. "Deste modo, fechamos um ciclo de institui&ccedil;&otilde;es que se manifestam dispostas a trabalhar em articula&ccedil;&atilde;o, para uma meta comum", avan&ccedil;a a comiss&aacute;ria do PNL.

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