Jornal Médico - USF viajam no ciberespaço… aos solavancos

Muito em breve, 58 USF v&atilde;o ter, on-line, um s&iacute;tio onde os seus utentes podem recolher informa&ccedil;&otilde;es vitais e actualizadas sobre os servi&ccedil;os que prestam... Muito em breve, 58 unidades de sa&uacute;de familiar v&atilde;o ter, on-line, um s&iacute;tio onde os seus utentes podem recolher informa&ccedil;&otilde;es vitais e actualizadas sobre os servi&ccedil;os que prestam. Estas unidades piloto, integram a segunda fase do Projecto de Microsites, gerido pela Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de. Da primeira fase piloto sur gem, contudo, ecos de quem nem tudo corre &agrave;s mil maravilhas J&aacute; n&atilde;o h&aacute; desculpas - nem sequer a falta de recursos ou de know-how - para as unidades de sa&uacute;de familiar (USF) negligenciarem a informa&ccedil;&atilde;o que facultam na Internet, aos utilizadores do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de. O Projecto de Microsites - coordenado pela Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de (ACSS) - faculta os meios para que cada USF tenha o seu s&iacute;tio optimizado, bem como todas as ferramentas para o governar no dia-a-dia, sem grandes interven&ccedil;&otilde;es externas. &Eacute; pelo menos essa a inten&ccedil;&atilde;o do projecto, que no entanto tem atravessado dificuldades de implementa&ccedil;&atilde;o nas tr&ecirc;s unidades piloto. Em rela&ccedil;&atilde;o ao futuro, o sucesso do projecto depender&aacute;, em muito, do desenvolvimento e apoio da equipa t&eacute;cnica que no seio da ACSS mant&eacute;m em linha o Portal da Sa&uacute;de, bem como das orienta&ccedil;&otilde;es de concep&ccedil;&atilde;o desenhadas pela Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios (MCSP). A n&iacute;vel local, a implementa&ccedil;&atilde;o &eacute; dinamizada pelas Administra&ccedil;&otilde;es Regionais de Sa&uacute;de. Gra&ccedil;as a esta rede colaborativa, 58 unidades de sa&uacute;de poder&atilde;o seguir as pisadas das USF F&acirc;nzeres, S&atilde;o Juli&atilde;o de Oeiras e Vitassaurium, que deram o tiro de partida para a primeira fase do projecto, em Setembro de 2008. De referir que este programa da ACSS come&ccedil;ou a ser delineado no Ver&atilde;o de 2007, na sequ&ecirc;ncia de v&aacute;rios contactos entre aquela institui&ccedil;&atilde;o e a MCSP, com o objectivo ajudar todas as USF interessadas em criar uma p&aacute;gina na INTERNET. Para a terceira fase est&atilde;o j&aacute; inscritas mais cinco USF: Delta, Douvida, Fern&atilde;o Ferro Mais, Horizonte e Nascente. Uma imagem consistente para as USF Ricardo Ribeiro, da Unidade Funcional de Gest&atilde;o de Projectos em Sistemas de Sa&uacute;de (UFGPSS) da ACSS, que coordena o projecto, garante que o primeiro objectivo foi o de estabelecer coer&ecirc;ncia na oferta informativa: "a ideia era a de criar uma plataforma comum. Assim, poder&iacute;amos alojar s&iacute;tios de USF que se revelassem interessadas em aperfei&ccedil;oar a liga&ccedil;&atilde;o com os utentes". Segundo Ricardo Ribeiro, o panorama era de enorme diversidade, j&aacute; que existiam muitos "s&iacute;tios desagregados, alojados em portais como o Sapo, ou o AEIOU, por exemplo. Algumas USF detinham j&aacute; um s&iacute;tio com qualidade apreci&aacute;vel e n&atilde;o se quiseram envolver neste projecto". Importa salientar que a ades&atilde;o &agrave; iniciativa &eacute; totalmente volunt&aacute;ria. Assim, v&aacute;rias USF recusaram o repto, por se considerarem satisfeitas com as vias de comunica&ccedil;&atilde;o j&aacute; desenvolvidas. Outras, preferiram aguardar, j&aacute; que se sentem mal preparadas para enfrentar o desafio digital. &Agrave; partida, Ricardo Ribeiro julga que todas as USF deveriam olhar para esta oportunidade com olhos de ver, atendendo aos m&eacute;ritos que ela apresenta: "o projecto comporta ganhos quase imediatos, traduzidos numa p&aacute;gina &uacute;til, quer para os profissionais, quer para os utentes. Por outro lado, n&atilde;o implica custos para as unidades de sa&uacute;de, uma vez que existe um acordo de licenciamento entre a ACSS e a Microsoft, a detentora da tecnologia utilizada". Promessa: equipas conservam controlo total De acordo com o quadro da UFGPSS, as USF "t&ecirc;m controlo total sobre o tipo de conte&uacute;dos inseridos na p&aacute;gina", cuja estrutura e divis&atilde;o ser&atilde;o mais ou menos similares para o conjunto das unidades. O layout &eacute; comum e apresenta uma &aacute;rea de navega&ccedil;&atilde;o horizontal, acima qual pontua o log&oacute;tipo da respectiva USF, no canto superior esquerdo. J&aacute; o menu vertical poder&aacute; variar, de acordo com as necessidades de cada uma das equipas. "Houve, como &eacute; &oacute;bvio, a preocupa&ccedil;&atilde;o de garantir que o aspecto das homepages &eacute; coerente, sem grandes disparidades de USF para USF", avan&ccedil;a Ricardo Ribeiro. Ricardo Ribeiro - Unidade Funcional de Gest&atilde;o de Projectos em Sistemas de Sa&uacute;de da ACSS Os profissionais ter&atilde;o a possibilidade de projectar campos nucleares, como a identifica&ccedil;&atilde;o dos membros da equipa, hor&aacute;rios a cumprir, contactos, servi&ccedil;os dispon&iacute;veis ou localiza&ccedil;&atilde;o geogr&aacute;fica da USF. Cada unidade &eacute; ainda livre de acrescentar a estas informa&ccedil;&otilde;es de base, outras que entenda imprescind&iacute;veis para os utentes. &Eacute; este trabalho de apuramento de conte&uacute;dos que as 58 USF da segunda fase t&ecirc;m vindo a fazer, ao mesmo tempo que &eacute; ministrada forma&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica (a &uacute;ltima sess&atilde;o decorreu no Algarve, h&aacute; pouco mais de duas semanas). "Temos vindo a dar forma&ccedil;&atilde;o a um ou dois elementos de cada USF, que no futuro ir&atilde;o alimentar, de modo aut&oacute;nomo, a p&aacute;gina". No &acirc;mbito do projecto, foram j&aacute; realizadas sess&otilde;es formativas no Porto, Coimbra, Lisboa e Faro, atrav&eacute;s das quais os gestores das p&aacute;ginas puderam obter compet&ecirc;ncias b&aacute;sicas para a miss&atilde;o que lhes foi confiada. Processos simples, como colocar um novo documento na Web, tornam-se desta forma mais intelig&iacute;veis. "No arranque, o dom&iacute;nio da &aacute;rea editorial pareceu complexo a algumas pessoas, por desconhecerem a plataforma utilizada (Microsoft Office Sharepoint). &Eacute; normal, j&aacute; que se trata de uma rotina desconhecida - a mudan&ccedil;a assusta sempre! Contudo, procur&aacute;mos desmistificar o problema e os profissionais rapidamente entraram na din&acirc;mica. Agora, est&atilde;o totalmente preparados para gerir e actualizar as respectivas p&aacute;ginas e v&ecirc;em grande utilidade na ferramenta", assegura Ricardo Ribeiro. Regra geral, a forma&ccedil;&atilde;o abarcou um ou dois elementos de cada USF. Quase todos os coordenadores de USF fizeram quest&atilde;o de se envolver directamente, mas tamb&eacute;m quase sempre um segundo elemento (que actualizar&aacute; a p&aacute;gina e demonstra especial apet&ecirc;ncia pelas novas tecnologias) esteve presente nos ciclos formativos. Unidades piloto acumulam cr&iacute;ticas Quando a redac&ccedil;&atilde;o do M&eacute;dico de Fam&iacute;lia tentou aceder &agrave; p&aacute;gina da USF Vitassaurium, do Centro de Sa&uacute;de de Soure, encontrou-a inacess&iacute;vel. A pr&oacute;pria coordenadora da unidade, Ana Moura, desconhecia o facto, garantindo-nos que a participa&ccedil;&atilde;o da sua USF neste projecto a tem deixado desapontada. Classifica-a mesmo como "um fiasco". Segundo a respons&aacute;vel, os problemas s&atilde;o mais do que muitos: "n&atilde;o temos tido qualquer acompanhamento". As falhas sucedem-se: "logo em Setembro de 2008, a p&aacute;gina foi activada sem que tiv&eacute;ssemos sido informados. Mais tarde, quando desej&aacute;mos colocar alguns conte&uacute;dos no s&iacute;tio e necessit&aacute;mos de ajuda, n&atilde;o houve resposta. A &uacute;nica coisa que nos solicitaram, foi o nome da pessoa que deveria ficar respons&aacute;vel pelo s&iacute;tio, dentro da USF. Informa&ccedil;&atilde;o que envi&aacute;mos, de pronto. Mas a verdade &eacute; que desde Outubro do ano passado que n&atilde;o temos feedback do que se est&aacute; a passar". Quando a p&aacute;gina da Vitassaurium arrancou, n&atilde;o continha informa&ccedil;&atilde;o sobre a equipa e at&eacute; a fotografia ali colocada era de outro CS, que n&atilde;o o de Soure. "T&iacute;nhamos interesse em corrigir uma s&eacute;rie de pormenores, vontade que ficou por satisfazer. Diga-se, ali&aacute;s, que alguns conte&uacute;dos despachados inicialmente para a ACSS, nunca chegaram a ficar on-line", aponta Ana Moura. A coordenadora queixa-se de falta de di&aacute;logo e afirma que a equipa at&eacute; j&aacute; pensou em desvincular-se do projecto, para desenvolver a p&aacute;gina num ritmo mais adequado &agrave;s suas prioridades. F&acirc;nzeres lan&ccedil;a m&atilde;o de amigos habilitados Miguel Melo, coordenador da USF F&acirc;nzeres, do Centro de Sa&uacute;de de Rio Tinto, destaca o facto de a sua equipa nunca se ter arrependido de participar, no &acirc;mbito do Simplex e em colabora&ccedil;&atilde;o com a Secretaria de Estado da Sa&uacute;de, na dinamiza&ccedil;&atilde;o do microsite. Dito isto, acrescenta que o contexto actual &eacute; pouco animador. "As coisas n&atilde;o correram muito bem porque a ferramenta base, que possibilita a gest&atilde;o do site, torna-se muito pesada e n&atilde;o responde &agrave;s nossas necessidades. &Eacute; dif&iacute;cil, de facto, para um profissional de sa&uacute;de, introduzir conte&uacute;dos e manter a renova&ccedil;&atilde;o constante da p&aacute;gina", diz Miguel Melo. Ou seja, embora o alojamento virtual gratuito (bem como a parametriza&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-definida da webpage) seja uma mais-valia para as unidades, o manuseio torna-se complicado. O coordenador da USF F&acirc;nzeres, reconhece ainda que a p&aacute;gina est&aacute; actualmente num n&iacute;vel razo&aacute;vel, enriquecida com actualiza&ccedil;&otilde;es regulares, "um pouco &agrave; custa da carolice de alguns familiares dos membros da equipa, que trabalham na &aacute;rea da Inform&aacute;tica. Sem ajuda dos nossos filhos, maridos ou mulheres que s&atilde;o t&eacute;cnicos, n&atilde;o conseguir&iacute;amos actualizar conte&uacute;dos!". A forma&ccedil;&atilde;o que foi dada &agrave;s equipas piloto do projecto, em 2008, n&atilde;o lhes conferiu real autonomia: "a forma&ccedil;&atilde;o s&oacute; nos teria servido, caso a ferramenta base estivesse afinada a 100%. Como n&atilde;o est&aacute;, o que acontece &eacute; que por vezes para alterar conte&uacute;dos &eacute; preciso modificar a estrutura, tarefa para a qual n&atilde;o estamos capacitados", lamenta Miguel Melo. Dedica&ccedil;&atilde;o... at&eacute; &agrave; &uacute;ltima! O coordenador da F&acirc;nzeres declara que a articula&ccedil;&atilde;o com a ACSS, no &acirc;mbito desta iniciativa, tem sido frustrante: "as respostas demoram e tudo se processa de forma lenta, nada compat&iacute;vel com um projecto din&acirc;mico. H&aacute; quem se mostre dispon&iacute;vel para ouvir o que temos a dizer sobre necessidades urgentes, mas pouco mais. Ora em princ&iacute;pio, enquanto unidade piloto, dever&iacute;amos contar com apoio privilegiado". Miguel Melo - Coordenador da USF F&acirc;nzeres (Centro de Sa&uacute;de de Rio Tinto) A USF F&acirc;nzeres at&eacute; j&aacute; ponderou a possibilidade de aproveitar o apoio de entidades privadas para desenvolver o projecto. Mas a vontade de n&atilde;o abandonar o barco e de contribuir para a expans&atilde;o de um projecto que, na g&eacute;nese, constitui uma excelente montra de inova&ccedil;&atilde;o, falou mais alto: "queremos dar um bom exemplo para as outras unidades. Por isso, decidimos manter a liga&ccedil;&atilde;o a este desafio. De facto, o nosso desejo &eacute; que o Portal da Sa&uacute;de e os microsites das USF vinguem. Da&iacute; o esfor&ccedil;o que temos feito nos &uacute;ltimos tempos", testemunha Miguel Melo. O problema, &eacute; que os engenhosos familiares que d&atilde;o uma m&atilde;ozinha &agrave; USF F&acirc;nzeres n&atilde;o pertencem aos quadros do SNS. H&aacute;, pois, claros limites quando se tenta esticar a corda da boa vontade. Interactividade dever&aacute; aumentar O lote de 58 USF que se prepara para estrear a sua p&aacute;gina na Internet dever&aacute; beneficiar, a breve trecho, de uma liga&ccedil;&atilde;o directa &agrave; e-agenda. Ser&aacute; a porta de entrada para a marca&ccedil;&atilde;o n&atilde;o presencial de consultas e de outro tipo de cuidados, condi&ccedil;&atilde;o indispens&aacute;vel a um servi&ccedil;o de sa&uacute;de do s&eacute;culo XXI. Tamb&eacute;m j&aacute; foram previstas (embora sem prazos definidos) outras mais-valias a integrar nas p&aacute;ginas, com vista a conceder maior grau de interactividade entre utilizadores e profissionais de sa&uacute;de. De acordo com Ricardo Ribeiro, da ACSS, "&agrave; medida que um maior n&uacute;mero de USF for lan&ccedil;ando a sua p&aacute;gina, o fen&oacute;meno ganhar&aacute; visibilidade. &Eacute; prov&aacute;vel at&eacute; que os utentes de outras unidades comecem a pressionar os respons&aacute;veis, no sentido de obterem igual tipo de interac&ccedil;&atilde;o".

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