Jornal Médico - Inquérito nacional: profissionais das USF satisfeitos e orgulhosos

84% dos profissionais integrados em USF est&atilde;o satisfeitos com o novo modelo de trabalho e recomendam fortemente a sua USF aos amigos. O vencimento, instala&ccedil;&otilde;es e pagamento de incentivos s&atilde;o alguns dos pontos fracos apontados pelos inquiridos De acordo com os resultados de um estudo realizado pelo Centro de Estudos e Investiga&ccedil;&atilde;o em Sa&uacute;de da Universidade de Coimbra (CEISUC), 84% dos profissionais integrados em unidades de sa&uacute;de familiar est&atilde;o satisfeitos com o novo modelo de trabalho e recomendam fortemente a sua unidade de sa&uacute;de familiar aos amigos. O vencimento, instala&ccedil;&otilde;es e pagamento de incentivos s&atilde;o alguns dos pontos fracos apontados pelos inquiridos. Mas, globalmente, os profissionais sentem orgulho no desempenho da profiss&atilde;o e garantem que se come&ccedil;assem de novo o seu projecto profissional, voltariam a trabalhar na sua USF Os dados, recentemente divulgados numa sess&atilde;o que decorreu no audit&oacute;rio da Ordem dos M&eacute;dicos, no Porto, e que contou com a presen&ccedil;a do secret&aacute;rio de Estado da Sa&uacute;de, Manuel Pizarro, reflectem uma sondagem realizada em Fevereiro de 2009 aos profissionais das 146 USF constitu&iacute;das at&eacute; Novembro de 2008. Participaram 2.398 profissionais (85% do total), o que revela uma ades&atilde;o sem precedentes a este tipo de estudos, na hist&oacute;ria dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios. De acordo com os resultados apresentados pelo Prof. Pedro Ferreira, director do CEISUC, 80,3% dos inquiridos s&atilde;o do sexo feminino e 19,7% homens. A amostra &eacute; muito representativa das v&aacute;rias &aacute;reas profissionais: 33,6% s&atilde;o m&eacute;dicos, 35,6% enfermeiros e 30,8% administrativos. Na sua imensa maioria (73%) pertencem aos quadros dos centros de sa&uacute;de. O inqu&eacute;rito visou conhecer a opini&atilde;o dos profissionais em &aacute;reas como a qualidade da USF como local de trabalho (pol&iacute;tica de recursos humanos, moral e recursos tecnol&oacute;gicos e financeiros), a qualidade da USF na presta&ccedil;&atilde;o de cuidados e a melhoria da qualidade. Os resultados s&atilde;o francamente positivos. Em termos gerais, a qualidade da USF como local de trabalho foi entendida por 16,9% dos profissionais como excelente, por 27,8% como muito boa e por 30% como boa. Ou seja, 74,7% dos profissionais que participaram mostraram-se satisfeitos com o local em que desenvolvem a actividade. Moral &eacute; excelente Ainda neste cap&iacute;tulo, realce para a circunst&acirc;ncia de 85,4% dos funcion&aacute;rios das USF avaliarem o "moral" vivido no seu local de trabalho como excelente, muito bom ou bom. Mais de 93% considera extremamente satisfat&oacute;rio o facto de trabalhar numa estrutura deste tipo. Tal alento parece mesmo extravasar os limites da USF e contagiar a percep&ccedil;&atilde;o que outros t&ecirc;m das novas unidades. Isto porque 83,3% dos participantes no inqu&eacute;rito pensa ser encarado pelos colegas - devido ao facto de trabalhar numa USF - de forma excelente (10%), muito boa (34,6%) ou boa (38,7%). No que se refere aos recursos humanos, os &iacute;ndices de satisfa&ccedil;&atilde;o s&atilde;o igualmente not&aacute;veis (77,7%). Os profissionais d&atilde;o especial import&acirc;ncia &agrave; continuidade do pessoal (estabilidade da equipa da sua USF), propor&ccedil;&atilde;o hier&aacute;rquica (rela&ccedil;&atilde;o entre o n&uacute;mero de pessoas com fun&ccedil;&otilde;es de supervis&atilde;o e fun&ccedil;&otilde;es de execu&ccedil;&atilde;o), a comunica&ccedil;&atilde;o e o trabalho em equipa. Chefias s&atilde;o bem vistas Porventura uma das facetas mais relevantes deste estudo &eacute; a de permitir entender at&eacute; onde vai a qualidade da lideran&ccedil;a interna, no universo das USF. Apurados os dados do inqu&eacute;rito on-line, &eacute; poss&iacute;vel perceber que 84,8% dos inquiridos classificam o comportamento do superior hier&aacute;rquico de maneira positiva (mais uma vez, como excelente, muito bom ou bom). A abertura (90,4%), liberdade (88,2%), inova&ccedil;&atilde;o (87%), investimento na qualidade (86,7%), razoabilidade (83,9%) e atitudes positivas (83,5%), s&atilde;o as qualidades mais referenciadas no inqu&eacute;rito. Recursos tecnol&oacute;gicos e financeiros s&atilde;o os pontos fracos mais apontados No que se refere &agrave; &aacute;rea dos recursos tecnol&oacute;gicos e financeiros &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o da USF, uma parte significativa dos participantes neste inqu&eacute;rito aponta-a como sendo a mais fraca. Embora 4,9% dos inquiridos digam que o cen&aacute;rio &eacute; excelente, 16,5% assinalem um muito bom e 29,8% um bom, h&aacute; 30,6% que avaliam estes meios como apenas regulares e 18,2% classificam-nos mesmo de maus. &Agrave; imagem de outros estudos realizados sobre satisfa&ccedil;&atilde;o da for&ccedil;a de trabalho na &aacute;rea da sa&uacute;de, o vencimento &eacute; outra &aacute;rea delicada. Mesmo assim, 42,6 % consideram que &eacute; excelente, muito bom ou bom. Cerca de 30% fica-se pelo regular e 26,5% responde com um mau. Relativamente &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es do local de trabalho e equipamento (limpeza, seguran&ccedil;a, organiza&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o e equipamento), 57,7% considera que s&atilde;o excelentes, muito boas ou boas. No entanto, 55,7% aponta o n&iacute;vel de seguran&ccedil;a das salas e equipamentos - face a roubos ou potenciais amea&ccedil;as f&iacute;sicas - como regular ou at&eacute; mau. No dom&iacute;nio da qualidade de cuidados proporcionada pela sua USF, 85,1% dos profissionais d&atilde;o-lhe as tr&ecirc;s notas m&aacute;ximas. Especialmente no que se refere &agrave; facilidade do atendimento dos doentes (91,8%), coordena&ccedil;&atilde;o dos cuidados (91%), capacidade dos profissionais de sa&uacute;de (95,1%), sensibilidade dos profissionais em rela&ccedil;&atilde;o aos problemas dos utentes (93,7%) e a forma como estes s&atilde;o informados acerca da sua doen&ccedil;a e do tratamento (93,8%). O esfor&ccedil;o desenvolvido pela respectiva unidade de sa&uacute;de relativamente &agrave; melhoria cont&iacute;nua da qualidade &eacute; tamb&eacute;m referido por 88,8% dos inquiridos como excelente, muito bom ou bom. S&atilde;o especialmente valorizados aspectos como o ambiente de trabalho (confian&ccedil;a e afecto que os profissionais t&ecirc;m uns pelos outros), o esfor&ccedil;o tendente a evitar desperd&iacute;cios e repeti&ccedil;&atilde;o de tarefas, a partilha de ideias e o orgulho que os profissionais sentem no desempenho de fun&ccedil;&otilde;es da sua profiss&atilde;o. Orgulho no desempenho da profiss&atilde;o Numa vis&atilde;o mais ampla, verifica-se que os profissionais sentem - exceptuando-se no que toca &agrave;s quest&otilde;es do vencimento e dos recursos materiais e f&iacute;sicos - n&atilde;o s&oacute; satisfa&ccedil;&atilde;o pelo facto de trabalharem numa unidade de sa&uacute;de familiar, mas tamb&eacute;m orgulho no desempenho da sua profiss&atilde;o. Quase 96% diz ter recebido forma&ccedil;&atilde;o adequada para novas tarefas, 97,6 utilizaria os servi&ccedil;os da sua unidade de sa&uacute;de familiar se necess&aacute;rio e 97,9% recomenda-a fortemente aos amigos. Por &uacute;ltimo, 91,2% garante que se come&ccedil;asse de novo o seu projecto profissional, voltaria a querer trabalhar na sua USF.

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