Jornal Médico - População de três freguesias sem médico desde Outubro

Desde Outubro do ano passado que as freguesias do Estreito, Vilar Barroco e Sarnadas de S. Sim&atilde;o n&atilde;o t&ecirc;m m&eacute;dico de fam&iacute;lia, por o cl&iacute;nico que ali prestava servi&ccedil;o ter entrado em baixa m&eacute;dica. Desde ent&atilde;o, a popula&ccedil;&atilde;o, na sua maioria idosa, tem que se deslocar ao Centro de Sa&uacute;de de Oleiros As popula&ccedil;&otilde;es das freguesias do Estreito, Vilar Barroco (na foto) e Sarnadas de S. Sim&atilde;o desesperam com a falta de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia. Um mal que afecta todo o concelho de Oleiros... E tamb&eacute;m o da Sert&atilde;, cujos centros de sa&uacute;de integram o ACES Pinhal Interior Sul (que inclui, ainda, os CS de Proen&ccedil;a-a-Nova, Vila de Rei e Ma&ccedil;&atilde;o) Desde Outubro do ano passado que as freguesias do Estreito, Vilar Barroco e Sarnadas de S. Sim&atilde;o n&atilde;o t&ecirc;m m&eacute;dico de fam&iacute;lia, por o cl&iacute;nico que ali prestava servi&ccedil;o ter entrado em baixa m&eacute;dica. Desde ent&atilde;o, a popula&ccedil;&atilde;o, na sua maioria idosa, tem que se deslocar ao Centro de Sa&uacute;de de Oleiros. A situa&ccedil;&atilde;o foi, na altura, comunicada &agrave;s entidades competentes, atrav&eacute;s de um abaixo-assinado das popula&ccedil;&otilde;es daquelas freguesias do concelho de Oleiros. Nessa carta, enviada &agrave; Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de do Centro (em Coimbra) e &agrave; Sub-Regi&atilde;o de Sa&uacute;de (em Castelo Branco), as popula&ccedil;&otilde;es alertavam para o facto de "estarem sem m&eacute;dico de fam&iacute;lia, pelo que gostar&iacute;amos de ver resolvida a nossa situa&ccedil;&atilde;o". E acrescentavam: "somos freguesias com uma popula&ccedil;&atilde;o bastante idosa, que tem dificuldade de desloca&ccedil;&atilde;o ao Centro de Sa&uacute;de do Concelho (em Oleiros)". Passados cinco meses, o problema continua por resolver. Jos&eacute; Marques, presidente da C&acirc;mara de Oleiros, considera a situa&ccedil;&atilde;o insustent&aacute;vel. "O Estreito &eacute; a segunda freguesia mais populosa do concelho e se a esta lhes acrescentarmos as freguesias de Sarnadas de S. Sim&atilde;o e Vilar Barroco, verificamos o elevado n&uacute;mero de pessoas, na sua maioria idosas, com dificuldades em se deslocarem, que est&atilde;o privadas de um m&eacute;dico de fam&iacute;lia". O presidente da C&acirc;mara de Oleiros adianta ainda que "da parte da autarquia h&aacute; disponibilidade para resolver o assunto. Sabemos que h&aacute; m&eacute;dicos estrangeiros (espanh&oacute;is) dispostos a vir para o concelho. Assim haja vontade do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para que isso suceda". Eug&eacute;nio Alves, presidente da Junta do Estreito, alerta: "estamos perante uma situa&ccedil;&atilde;o muito complicada para as pessoas destas freguesias. J&aacute; alert&aacute;mos toda a gente, mas n&atilde;o nos apresentam qualquer solu&ccedil;&atilde;o. Queremos voltar a ter um m&eacute;dico de fam&iacute;lia. Temos esse direito". ACES tenta resolver os problemas Contactado pelo Jornal M&eacute;dico de Fam&iacute;lia, Henrique Brand&atilde;o, director executivo do ACES Pinhal Interior Sul (que integra os Centros de Sa&uacute;de de Oleiros, Proen&ccedil;a-a-Nova, Sert&atilde;, Vila de Rei e Ma&ccedil;&atilde;o) explicou que o d&eacute;fice de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia no concelho de Oleiros &eacute; um problema antigo. "Existem apenas tr&ecirc;s m&eacute;dicos quando seriam necess&aacute;rios cinco". Para assegurar o Servi&ccedil;o de Atendimento Permanente (SAP) o agrupamento de centros de sa&uacute;de v&ecirc;-se for&ccedil;ado a recorrer &agrave; contrata&ccedil;&atilde;o de m&eacute;dicos. O ACES encontra-se em permanente contacto com a ARS Centro e com o presidente da C&acirc;mara Municipal de Oleiros - que integra o conselho da comunidade do ACES - para tentar resolver a situa&ccedil;&atilde;o. Neste momento, por exemplo, embora as expectativas n&atilde;o sejam por a&iacute; al&eacute;m, aguardam-se os resultados de um concurso interno tendente ao recrutamento de m&eacute;dicos para o concelho. Mas o problema n&atilde;o acaba em Oleiros. Estende-se, por exemplo, ao Centro de Sa&uacute;de da Sert&atilde;, respons&aacute;vel pela presta&ccedil;&atilde;o de cuidados a cerca de 16 mil pessoas, e onde faltam entre tr&ecirc;s a quatro m&eacute;dicos. Henrique Brand&atilde;o recorda que a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; id&ecirc;ntica em todo o pa&iacute;s: "estamos a pagar a falta de previs&atilde;o e programa&ccedil;&atilde;o relativamente &agrave;s entradas para Medicina nos &uacute;ltimos anos", afirma. Movimento tendente a transformar as UCSP em USF Agora que o ACES come&ccedil;a a dar os primeiros passos, nomeadamente com a organiza&ccedil;&atilde;o das unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados (UCSP), Henrique Brand&atilde;o espera que, algum tempo ap&oacute;s a cria&ccedil;&atilde;o daquelas unidades, os profissionais d&ecirc;em um passo em frente e avancem no sentido da cria&ccedil;&atilde;o de unidades de sa&uacute;de familiar. Esse &eacute; o caminho da reforma, afirma aquele respons&aacute;vel. E se &eacute; certo que as USF n&atilde;o resolvem, por si s&oacute;, o problema de falta de m&eacute;dicos, a verdade &eacute; que "ajudam muito" e "melhoram significativamente a acessibilidade dos utentes aos servi&ccedil;os de sa&uacute;de". Recorde-se que o distrito de Castelo Branco ainda n&atilde;o tem unidades de sa&uacute;de familiar. Henrique Brand&atilde;o espera que, com o apoio da direc&ccedil;&atilde;o executiva do ACES, comecem a surgir candidaturas.

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