Jornal Médico - Profissionais debatem conceito “controverso”

A Escola Nacional de Sa&uacute;de P&uacute;blica &ndash; em parceria com a Direc&ccedil;&atilde;o-Geral da Sa&uacute;de e a Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de &ndash; organizou uma reuni&atilde;o de discuss&atilde;o estrat&eacute;gica subordinada ao tema da Gest&atilde;o Integrada da Doen&ccedil;a. A Escola Nacional de Sa&uacute;de P&uacute;blica &ndash; em parceria com a Direc&ccedil;&atilde;o-Geral da Sa&uacute;de e a Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de &ndash; organizou uma reuni&atilde;o de discuss&atilde;o estrat&eacute;gica subordinada ao tema da Gest&atilde;o Integrada da Doen&ccedil;a. O evento &ndash; que decorreu nos dias 25 e 26 de Junho, no Sal&atilde;o Nobre da ENSP &ndash; contou com a participa&ccedil;&atilde;o de Paul Wallace, m&eacute;dico e director cl&iacute;nico de Programas de Produtividade e Sa&uacute;de na Kaiser Permanente, que apresentou as vantagens e inconvenientes do modelo norte-americano de gest&atilde;o da doen&ccedil;a cr&oacute;nica Cuidados mais centrados nas necessidades dos doentes, aumento da equidade, redu&ccedil;&atilde;o de inefici&ecirc;ncias e afecta&ccedil;&atilde;o racional dos recursos dispon&iacute;veis s&atilde;o os grandes objectivos da gest&atilde;o integrada da doen&ccedil;a (GID), um conceito que tem vindo a ser implementado em Portugal, no &acirc;mbito da insufici&ecirc;ncia renal cr&oacute;nica (IRC), mas que poucos conhecem ou, mesmo, que poucos consideram como um modelo vi&aacute;vel no contexto do nosso sistema de sa&uacute;de. Ana Escoval, professora da Escola Nacional de Sa&uacute;de P&uacute;blica (ENSP) e ac&eacute;rrima defensora da GID, foi a grande mentora da reuni&atilde;o estrat&eacute;gica que juntou profissionais da sa&uacute;de e da gest&atilde;o durante dois dias, em Lisboa, num debate aceso em torno deste modelo inovador e alternativo na gest&atilde;o da doen&ccedil;a. Lembrando que o conceito de GID &ldquo;foi beber muito da sua ess&ecirc;ncia &agrave; abordagem da doen&ccedil;a cr&oacute;nica, &agrave; governa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica brit&acirc;nica e ao processo assistencial integrado espanhol&rdquo;, Ana Escoval salientou que, para al&eacute;m de &ldquo;uma mudan&ccedil;a de paradigma&rdquo;, a GID exige uma estrat&eacute;gia de qualidade que permita a identifica&ccedil;&atilde;o de boas pr&aacute;ticas, bem como sistemas de informa&ccedil;&atilde;o (SI) robustos. A economista apontou, ainda, as premissas subjacentes &agrave; GID: doente como parceiro central do processo, participa&ccedil;&atilde;o do doente no processo de decis&atilde;o, abordagem global da doen&ccedil;a, educa&ccedil;&atilde;o do doente, normas de orienta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica (NOC) e identifica&ccedil;&atilde;o de centros de excel&ecirc;ncia (com as melhores pr&aacute;ticas, aos melhores pre&ccedil;os). Obesidade ser&aacute; o pr&oacute;ximo alvo da GID Foi por &ldquo;imperativo pol&iacute;tico&rdquo; que em Portugal se implementou o modelo de GID &agrave; IRC, explicou Alexandre Louren&ccedil;o, da Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de (ACSS). O mais natural teria sido come&ccedil;ar pela &ldquo;base da pir&acirc;mide&rdquo; no que toca &agrave; doen&ccedil;a cr&oacute;nica, &ldquo;aplicando a GID &agrave; diabetes, por exemplo&rdquo;, notou o respons&aacute;vel. Com base no que j&aacute; foi feito para a IRC, a DGS e a ACSS est&atilde;o agora a estudar a aplica&ccedil;&atilde;o da GID ao tratamento cir&uacute;rgico da obesidade (TCO), sempre com a &ldquo;perfeita consci&ecirc;ncia de que a GID n&atilde;o &eacute; uma panaceia, mas sim um modelo alternativo de gest&atilde;o capaz de responder mais eficazmente a determinados problemas&rdquo;. Outro receio &ndash; infundado, na &oacute;ptica dos mentores da GID &ndash; &eacute; o de que estes novos modelos de financiamento incorporem um risco de substitui&ccedil;&atilde;o do quadro geral de financiamento em sa&uacute;de. A este prop&oacute;sito, Ana Escoval salientou o &ldquo;esfor&ccedil;o grande que a ACSS tem feito no sentido de n&atilde;o fragmentar demasiado o sistema de financiamento&rdquo;. E o que foi feito at&eacute; aqui, de acordo com Anabela Candeias, da Direc&ccedil;&atilde;o-Geral da Sa&uacute;de (DGS), j&aacute; mostra alguns &ldquo;resultados positivos&rdquo;&hellip; Segundo a respons&aacute;vel da &aacute;rea da GID na DGS, come&ccedil;ou-se por definir um perfil de cuidados e indicadores espec&iacute;ficos. Posteriormente, &ldquo;identificaram-se os centros de elevada diferencia&ccedil;&atilde;o (CED), com quem se contratualizou um pre&ccedil;o compreensivo, dependente do cumprimento de in&uacute;meros crit&eacute;rios previamente acordados&rdquo;, explicou. A n&iacute;vel micro, adiantou Anabela Candeias, &ldquo;pretendemos a melhoria da qualidade dos cuidados, a satisfa&ccedil;&atilde;o dos doentes e seu familiares e o incremento da autogest&atilde;o da doen&ccedil;a&rdquo;. Quanto &agrave; satisfa&ccedil;&atilde;o dos doentes, referiu, j&aacute; foi avaliada num primeiro inqu&eacute;rito que mostrou que &ldquo;estamos no bom caminho&rdquo;. A n&iacute;vel meso, pretende-se que a GID represente uma continuidade e integra&ccedil;&atilde;o dos cuidados. J&aacute; a n&iacute;vel macro, os objectivos s&atilde;o os ganhos em sa&uacute;de e a racionaliza&ccedil;&atilde;o da despesa, &ldquo;na medida em que se faz uma certa afronta ao mercado (particularmente devido ao modelo de financiamento escolhido)&rdquo;, sublinhou a respons&aacute;vel. No que toca &agrave; implementa&ccedil;&atilde;o, num futuro pr&oacute;ximo, da GID ao TCO, Anabela Candeias adiantou que o Hospital de S&atilde;o Jo&atilde;o, no Porto, j&aacute; est&aacute; aprovado como CED&rdquo;, respondendo a todos os crit&eacute;rios exigidos pela DGS.

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