Jornal Médico - “A Saúde portou-se melhor que os outros sectores públicos”

A certeza da Sa&uacute;de foi o t&iacute;tulo da confer&ecirc;ncia proferida pelo soci&oacute;logo Ant&oacute;nio Barreto, no &acirc;mbito das comemora&ccedil;&otilde;es das tr&ecirc;s d&eacute;cadas do SNS... A certeza da Sa&uacute;de foi o t&iacute;tulo da confer&ecirc;ncia proferida pelo soci&oacute;logo Ant&oacute;nio Barreto, no &acirc;mbito das comemora&ccedil;&otilde;es das tr&ecirc;s d&eacute;cadas do servi&ccedil;o nacional de sa&uacute;de. Apropriado, sem d&uacute;vida, a uma vis&atilde;o do SNS como "realiza&ccedil;&atilde;o &iacute;mpar da democracia portuguesa" e "servi&ccedil;o p&uacute;blico que melhor se tem adaptado a uma sociedade em permanente mudan&ccedil;a"... A Sa&uacute;de &eacute;, actualmente, um dos sectores onde se registam mais queixas, protestos e fric&ccedil;&otilde;es institucionais, embora seja um dos dom&iacute;nios sociais que mais progressos conquistou nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas. Para Ant&oacute;nio Barreto, "a compara&ccedil;&atilde;o com outros sectores - como sejam a justi&ccedil;a, a educa&ccedil;&atilde;o e a seguran&ccedil;a social - &eacute; favor&aacute;vel &agrave; sa&uacute;de". E isso &eacute; facilmente demonstr&aacute;vel com indicadores quantificados, sublinhou o soci&oacute;logo na sess&atilde;o comemorativa dos 30 anos do SNS. "Na sa&uacute;de, os dados relativos &agrave; mortalidade infantil e materna, &agrave; esperan&ccedil;a de vida, &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o, aos cuidados p&oacute;s-parto e &agrave; morbilidade por doen&ccedil;a contagiosa, bem reveladores da efici&ecirc;ncia e da qualidade de um servi&ccedil;o, s&atilde;o suficientemente claros para mostrar os progressos alcan&ccedil;ados", notou. Segundo o conferencista, o motivo do melhor comportamento da sa&uacute;de poder&aacute; ter que ver com o facto de este ser um sector "mais aberto" do que os outros. Quanto ao nosso servi&ccedil;o nacional de sa&uacute;de, Ant&oacute;nio Barreto lembrou que de todas as cria&ccedil;&otilde;es institucionais e pol&iacute;ticas, o SNS foi a &uacute;nica que conquistou a ades&atilde;o de todas a for&ccedil;as pol&iacute;ticas. "O SNS sobressai como realiza&ccedil;&atilde;o &iacute;mpar da democracia portuguesa. E mais do que uma vit&oacute;ria pol&iacute;tica, &eacute; uma vit&oacute;ria sem&acirc;ntica", sublinhou. "A sa&uacute;de foi, ainda, o sector que melhor se preparou para a era da globaliza&ccedil;&atilde;o, escrut&iacute;nio p&uacute;blico e compara&ccedil;&atilde;o internacional permanente", adiantou o conferencista. Mas a sa&uacute;de tamb&eacute;m tem defeitos e, na &oacute;ptica do soci&oacute;logo, estes prendem-se mais com a organiza&ccedil;&atilde;o e menos com os recursos. Outro problema identificado por Ant&oacute;nio Barreto &eacute; "a confus&atilde;o" entre medicina p&uacute;blica e privada: "&eacute; prejudicial para as finan&ccedil;as p&uacute;blicas e para os utentes". E a solu&ccedil;&atilde;o, segundo o conferencista, &eacute; a "separa&ccedil;&atilde;o completa", acompanhada de uma "verdadeira liberdade de escolha".

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