Jornal Médico - Número de utentes dos CS cresceu 20%

As comemora&ccedil;&otilde;es dos 30 anos do SNS foram o mote perfeito para a apresenta&ccedil;&atilde;o do estudo "Acesso, avalia&ccedil;&atilde;o e atitudes da popula&ccedil;&atilde;o portuguesa - evolu&ccedil;&atilde;o entre 2001 e 2008"... As comemora&ccedil;&otilde;es dos 30 anos do SNS foram o mote perfeito para a apresenta&ccedil;&atilde;o do estudo Acesso, avalia&ccedil;&atilde;o e atitudes da popula&ccedil;&atilde;o portuguesa - evolu&ccedil;&atilde;o entre 2001 e 2008 e compara&ccedil;&otilde;es regionais, da autoria do soci&oacute;logo Manuel Villaverde Cabral. Encomendada pelo ex-ministro da Sa&uacute;de, Correia de Campos - e igualmente reconhecida como determinante pela actual detentora da pasta, Ana Jorge - a investiga&ccedil;&atilde;o do ICS sugere que o estado de sa&uacute;de em Portugal melhorou entre 2001 e 2008, fruto de um acesso mais equitativo, nomeadamente ao n&iacute;vel dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios, o que demonstra que os portugueses continuam a confiar no SNS Dois ter&ccedil;os dos portugueses recorreram, em 2008, a consultas nos centros de sa&uacute;de (CS), o que representa um aumento de 20 por cento nos &uacute;ltimos sete anos, revela o estudo sobre o Estado da Sa&uacute;de em Portugal apresentado no passado dia 8, na sess&atilde;o comemorativa dos 30 anos do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (SNS). Enquanto em 2001, os CS foram utilizados por 54,3% da popula&ccedil;&atilde;o, no ano passado este n&uacute;mero subiu para 65,3%, revela o estudo Acesso, avalia&ccedil;&atilde;o e atitudes da popula&ccedil;&atilde;o portuguesa - evolu&ccedil;&atilde;o entre 2001 e 2008 e compara&ccedil;&otilde;es regionais, da autoria de Manuel Villaverde Cabral e Pedro Alc&acirc;ntara da Silva, do Instituto de Ci&ecirc;ncias Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL). Apesar de o n&uacute;mero de hospitais e cl&iacute;nicas privadas ter aumentado, os portugueses continuam a confiar no SNS. De acordo com a pesquisa - constitu&iacute;da por 3.039 entrevistas representativas da popula&ccedil;&atilde;o residente em Portugal Continental (das cinco regi&otilde;es) e realizada entre os dias 26 de Fevereiro e 15 de Abril - no ano passado, os utilizadores do servi&ccedil;o p&uacute;blico aumentaram de 84,8% para 89,9% face a 2001, sendo que o privado ganhou mais utentes apenas nas cirurgias e nas consultas de especialidade. O resultado mais negativo (43,2%) em rela&ccedil;&atilde;o ao SNS s&atilde;o os tempos de espera, que subiram cerca de 20% para uma consulta, quer nos hospitais quer nos CS. Segundo o estudo, cerca de metade dos inquiridos (49,1%) conseguiu em 2001 a sua consulta para o pr&oacute;prio dia de marca&ccedil;&atilde;o. Sete anos depois, esse n&uacute;mero caiu para os 29,9%, agravando-se assim o tempo de espera. Em 2008, cerca de metade dos inquiridos (49,9%) considerou que deveria ter sido vista pelo m&eacute;dico "antes" ou "muito antes" do dia da consulta (em 2001 eram apenas 31,7%). Relativamente ao recurso &agrave;s consultas hospitalares, o estudo refere que aumentou de 21,7 por cento em 2001 para 27,6 por cento em 2008 a ida a uma consulta externa quase exclusivamente por iniciativa do m&eacute;dico de fam&iacute;lia. O tempo de espera entre a consulta no m&eacute;dico de fam&iacute;lia (MF) e o dia da consulta no hospital aumentou nos sete anos estudados. Sobre os tempos de espera para cirurgia, o estudo indica que o tempo decorrido entre a consulta em que foi decidida a cirurgia e a data da interven&ccedil;&atilde;o aumentou nos &uacute;ltimos sete anos, com cerca de um ter&ccedil;o dos doentes a declarar que esperou mais de tr&ecirc;s meses para ser operado (31,6%), quando em 2001 eram apenas 13,1%. Ainda assim, na globalidade, os 3.039 inquiridos est&atilde;o mais satisfeitos do que em 2001 com os cuidados de sa&uacute;de p&uacute;blicos em Portugal. Segundo Manuel Villaverde Cabral, "de uma forma geral, o acesso &agrave; sa&uacute;de melhorou. Apesar de haver mais queixas, sobretudo acerca dos tempos de espera excessivos, estas t&ecirc;m um peso menor na avalia&ccedil;&atilde;o que os utentes do SNS fazem dos cuidados m&eacute;dicos prestados, na medida em que estes s&atilde;o bons e as pessoas acabam satisfeitas com o resultado". Mais de 40% considera a sua sa&uacute;de "boa" Apesar de considerarem genericamente o seu estado de sa&uacute;de como "bom", os portugueses est&atilde;o um pouco menos optimistas do que h&aacute; sete anos atr&aacute;s, refere o estudo da autoria do vice-reitor da UL. O estado de sa&uacute;de subjectivo da popula&ccedil;&atilde;o corresponde a um perfil s&oacute;cio-demogr&aacute;fico, segundo o qual as mulheres, os idosos e as pessoas com um estatuto socioprofissional mais baixo declaram, em m&eacute;dia, pior estado de sa&uacute;de, adianta a pesquisa divulgada na sess&atilde;o comemorativa das tr&ecirc;s d&eacute;cadas do SNS. No ano passado, 41,7% da popula&ccedil;&atilde;o avaliava como "bom" o seu estado de sa&uacute;de, contra 49,4" em 2001. Apenas 2,7% da popula&ccedil;&atilde;o considera a sua sa&uacute;de "p&eacute;ssima", contra 2,5% em 2001, adianta o estudo. Do conjunto dos inquiridos que classificaram, em 2008, o seu estado de sa&uacute;de como "razo&aacute;vel", "mau" ou "p&eacute;ssimo", perto de metade (45,8%) declarou ter, pelo menos, uma doen&ccedil;a cr&oacute;nica, quando em 2001 estes ascendiam a 52,3". Nos &uacute;ltimos sete anos, a percentagem de portugueses que afirmaram estar a fazer algo para melhorar ou manter o seu estado de sa&uacute;de aumentou de forma muito expressiva (mais 36%), abrangendo actualmente cerca de metade da popula&ccedil;&atilde;o (49,8%). S&atilde;o, no entanto, os idosos (acima dos 65 anos), os mais escolarizados (ensino superior) e os quadros m&eacute;dios e superiores quem afirma desenvolver alguma iniciativa concreta para melhorar o seu estado de sa&uacute;de. Assim, a esmagadora maioria dos portugueses com mais de 50 anos mediu a press&atilde;o arterial e o n&iacute;vel de colesterol no &uacute;ltimo ano, 91,2% e 85,4%, respectivamente, quando em 2001 eram apenas 83,9% e 72,1%.

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