Jornal Médico - Estará ou não garantido?

Garantir o futuro foi o lema da sess&atilde;o comemorativa dos 30 anos do SNS, organizada, no passado dia 8, pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de... Garantir o futuro foi o lema da sess&atilde;o comemorativa dos 30 anos do SNS, organizada, no passado dia 8, pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Mas ser&aacute; que o futuro dos sistemas nacionais de sa&uacute;de est&aacute; realmente assegurado? E o princ&iacute;pio de um servi&ccedil;o "tendencialmente gratuito" ser&aacute; o caminho mais desej&aacute;vel? Cabe a cada pa&iacute;s encontrar uma resposta, tendo em conta os in&uacute;meros e exigentes desafios que se colocam &agrave; sustentabilidade dos sistemas p&uacute;blicos. Repensar os valores do SNS - separando esse debate das estrat&eacute;gias pol&iacute;ticas de reforma - &eacute;, assim, imperativo, sugeriu o director do Observat&oacute;rio Europeu dos Sistemas de Sa&uacute;de, Josep Figueras A sustentabilidade dos sistemas p&uacute;blicos de sa&uacute;de enfrenta, hoje, m&uacute;ltiplas amea&ccedil;as. Pensar e construir o futuro destes sistemas tem, assim, que passar por "transformar as aparentes amea&ccedil;as em oportunidades". Este foi um dos muitos conselhos trazidos ao debate dos 30 anos do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (SNS) portugu&ecirc;s pelo director do Observat&oacute;rio Europeu dos Sistemas de Sa&uacute;de (OESS), Josep Figueras. "&Eacute; uma verdade incontorn&aacute;vel que, de ano para ano, as despesas em sa&uacute;de crescem a olhos vistos. Mas ter&aacute; esse crescimento que representar, obrigatoriamente, a morte do SNS?", questionou o respons&aacute;vel. "N&atilde;o necessariamente", sustentou, explicando que "a melhoria da qualidade, o aumento da efici&ecirc;ncia e a orienta&ccedil;&atilde;o para ganhos em sa&uacute;de s&atilde;o uma forma de garantir o value for money". Na &oacute;ptica do tamb&eacute;m presidente do Centro Europeu sobre Pol&iacute;ticas de Sa&uacute;de da OMS, a sustentabilidade financeira dos sistemas p&uacute;blicos de sa&uacute;de depende de uma mudan&ccedil;a de paradigma. "Temos que deixar de pensar em recursos e passar a pensar em investimento. Porque os SNS representam um contributo directo para a economia, mas n&atilde;o podem ser um cheque em branco. H&aacute; que medir/avaliar, demonstrar resultados e ser transparente", explicou Josep Figueras. Igualmente importante &eacute; repensar os valores do SNS, separando esse debate das estrat&eacute;gias pol&iacute;ticas de reforma, frisou. Recess&atilde;o econ&oacute;mica: uma oportunidade? Para o director do OESS, a actual fase de recess&atilde;o econ&oacute;mica &eacute; outra realidade que deve ser encarada, n&atilde;o como uma amea&ccedil;a, mas como uma "oportunidade &uacute;nica para reformar os sistemas nacionais de sa&uacute;de". &Eacute; o que est&aacute; a acontecer nos Estados Unidos da Am&eacute;rica, referiu, onde o presidente Obama "vai alargar o sistema p&uacute;blico de sa&uacute;de", tendo j&aacute; sido disponibilizados 1,5 trili&otilde;es de d&oacute;lares para cumprir este desiderato. Na opini&atilde;o de Josep Figueras este &eacute; um "claro sinal" de que as coisas t&ecirc;m que mudar... Por&eacute;m, n&atilde;o h&aacute; uma f&oacute;rmula &uacute;nica para o cumprimento dessa reforma. Cabe a cada pa&iacute;s encontrar o modelo que melhor permita responder aos desafios vigentes, a que se juntam o progresso tecnol&oacute;gico impar&aacute;vel e o envelhecimento da popula&ccedil;&atilde;o. Mais uma vez, na vis&atilde;o optimista do respons&aacute;vel europeu, estes dois aspectos tamb&eacute;m devem ser encarados como oportunidades de melhoria, quais "F&eacute;nix" dos servi&ccedil;os nacionais de sa&uacute;de...

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