A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular (SPCCTV) assinaram, no passado dia 12, um acordo de cooperação com a Direção-Geral de Saúde (DGS), que visa a integração e monitorização da informação disponível sobre cada candidato a cirurgia cardíaca.
O Registo Integrado de Cirurgia Cardíaca (RNICC) passará a ser uma realidade em Portugal através da criação de uma base-de-dados com toda a informação relativa ao candidato, que vai permitir, não só avaliar os cuidados médicos prestados, como também obter um conhecimento mais profundo acerca do panorama nacional de cirurgia cardíaca. No processo, após avaliação, intervenção e avaliação pelo cirurgião, o doente será ainda seguido durante o primeiro ano após a cirurgia.
De acordo com o presidente da SPC, Miguel Mendes, “a monitorização constante, inerente a este sistema, possibilitará a identificação das etapas do processo que devem melhorar”.
A parceria agora firmada vai possibilitar, igualmente, a definição estatística de médias nacionais. “Estes dados permitem que os diversos centros possam comparar a sua performance com a média nacional e avaliar a qualidade dos serviços prestados. Esta estratégia de benchmarking tornará viável a cada centro hospitalar, a comparação de processos, resultados e a verificação das etapas que requerem intervenção, com vista à sua melhoria”, salientou o cardiologista.
Desta forma, “estamos a criar ferramentas de qualidade e a introduzir uma competição sã, de modo a permitir que a Cardiologia e a Cirurgia Cardíaca portuguesas tomem consciência da sua situação e tentem superar-se”, declarou Miguel Mendes.
A assinatura do protocolo vai permitir a partilha de informação entre o Estado Português e as Sociedades Médicas. Desta forma, “criaremos um Registo Nacional de Cirurgia Cardíaca, que facultará a avaliação da medicina praticada no nosso País, bem como a perceção das tendências de maior prevalência na população Portuguesa”, esclareceu o responsável da SPCCTV, José Pedro Neves, acerca do acordo entre as três entidades.
Por sua vez, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, declarou que “a cooperação proposta no domínio técnico e científico é importantíssima na definição dos dados estatísticos que moldam a saúde da Cirurgia Cardíaca em Portugal”, acrescentando que “trabalhamos a saúde em Portugal, olhando para o futuro e perspetivando estratégias assentes na análise informativa que conduzimos em conjunto”.
A efetivação deste protocolo teve início imediato à sua assinatura. Para tal, foram já iniciadas as primeiras negociações para o desenvolvimento das infraestruturas digitais requeridas por este novo sistema.
Por favor faça login ou registe-se para aceder a este conteúdo
Qual é a relação entre medicina e arte? Serão universos totalmente distintos? Poderá uma obra de arte ter um efeito “terapêutico”?