Jornal Médico - Lançado projeto-piloto de dispensa de medicamentos antirretrovíricos nas farmácias

Foi ontem lançado em Lisboa o mais recente projeto-piloto de dispensa de medicamentos antirretrovíricos nas farmácias comunitárias. Esta iniciativa vai permitir "aumentar a adesão, comodidade e acesso à terapêutica" do VIH por parte dos doentes.O evento realizou-se na farmácia Estácio, em Xabregas, e contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, com o objetivo de assinalar o Dia Mundial de Luta Contra a Sida. Estiveram envolvidos, neste programa, o Infarmed, o Imperial College de Londres, a Direção-Geral da Saúde, a Ordem dos Farmacêuticos, a Associação Nacional das Farmácias, a Associação de Farmácias de Portugal, a Groquifar (Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos) e o Centro Hospitalar de Lisboa Central.Segundo o parecer do Ministério da Saúde, o projeto vai permitir que muitos doentes que tinham dificuldade em aceder à medicação (devido às distâncias), situação que obrigava a percorrer longas distâncias com custos elevados e/ou a faltar ao emprego, poderão passar a levantar a sua terapêutica, de forma mais cómoda, numa farmácia da sua preferência. A mesma fonte avançou que o projeto-piloto está atualmente a ser coordenado pelo Imperial College de Londres e foi aprovado pela Comissão de Ética da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e envolverá cerca de 800 doentes infetados pelo VIH, que estão a ser acompanhados no Hospital Curry Cabral, e cuja participação será de cariz voluntário.Para o efeito, os doentes tiveram a oportunidade de selecionar a sua farmácia de preferência para o levantamento da medicação (habitualmente feita apenas no hospital). Foi ainda realizado um rigoroso processo de formação de farmacêuticos de 300 farmácias na área de Lisboa e arredores, organizado pela Ordem dos Farmacêuticos.O Ministério da Saúde diz pretender a “valorização do papel das farmácias comunitárias enquanto agentes de prestação de cuidados, apostando no desenvolvimento de medidas de apoio à utilização racional do medicamento e aproveitando os seus serviços, em articulação com as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para nelas ensaiar a delegação parcial da administração de terapêutica oral em oncologia e doenças transmissíveis” enquanto uma das medidas prioritárias do seu programa".

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