Jornal Médico - Hospital dos Covões com cuidados de cirurgia em risco

A Ordem dos Médicos (OM) revelou que a urgência do Hospital dos Covões, em Coimbra, está sem capacidade de resposta da cirurgia em alguns turnos e, a partir de junho, ficará em risco de não cumprir requisitos mínimos. O Serviço de Urgência do Hospital dos Covões, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), “está sem capacidade de resposta nalguns turnos de cirurgia”, denunciou a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), através de uma nota envida às redações. A OM alertou também para o risco de a equipa de cirurgia não conseguir sequer “cumprir os requisitos mínimos” definidos pelo colégio de especialidade, já a partir do próximo mês. "Já há dias em que a escala é constituída apenas por um especialista e um interno. E, durante a noite, apenas está escalado um cirurgião", afirma o presidente da SRCOM, Carlos Cortes. De acordo com a SCROM, o Colégio de Cirurgia da OM estabelece um número mínimo de três especialistas na equipa de cirurgia geral na urgência. Para Carlos Cortes, a situação que se está a passar neste hospital é a destruição de “um polo importante da saúde em Coimbra, que merecia ser valorizado”. "Esta é uma situação gravosa para os doentes. A inexistência de uma escala completa de cirurgiões na urgência deste hospital constitui uma ameaça para a população. Deixar de ter médicos para operar em situações urgentes ou emergentes não é digna de um serviço de urgência de um país civilizado", sublinhou. Segundo o presidente da SCROM, a situação na urgência agravou-se agora “com a ausência do concurso para os dois cirurgiões recém-especialistas”, o que poderá ter como resultado o incumprimento dos requisitos mínimos, já a partir de junho, no serviço de urgência do hospital. A nota refere ainda que estão a ser desencadeados os procedimentos para verificar se o serviço “poderá continuar a servir os doentes”. Para Carlos Cortes, esta situação “é apenas uma das partes visíveis das tremendas dificuldades naquela unidade do CHUC”, sendo que o problema de base está no desaparecimento do hospital inteiro, “quando se deveria ter mais ambição e aproveitar as instalações de modo a oferecer mais cuidados diferenciados e alargados”.

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