Jornal Médico - CHLC garante que continua a ser seguro recorrer às Urgências

A presidente do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) garantiu que continua a ser seguro recorrer às urgências dos hospitais São José, Estefânia e da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), elogiando o esforço e dedicação dos profissionais para manter o funcionamento dos serviços. Em entrevista à agência Lusa, na sequência do recente pedido de demissão de 16 chefes de equipa do São José. Hoje foi a vez de chefes do serviço de Urgência da MAC apresentarem a demissão. Ana Escoval reconheceu alguns dos problemas identificados pelos profissionais, no entanto garantiu que a população pode continuar a recorrer com tranquilidade aos serviços. A administradora admitiu que é necessário rejuvenescer os recursos humanos, nomeadamente o pessoal médico, prevendo a contratação, ainda este ano, de mais de 50 recém-especialistas. “Quero que todos os que aqui se dirijam [ao Centro Hospitalar] venham tranquilos. Os profissionais chamam-nos a atenção para as dificuldades que sentem, mas estão lá todos. É preciso passar esta mensagem de tranquilidade à população”, afirmou. Ana Escoval diz estar a trabalhar para resolver é o rejuvenescimento dos médicos do Centro Hospitalar. “A nossa grande preocupação, o nosso trabalho, tem sido tentar rejuvenescer os recursos humanos”, frisou. Note-se que, entre 1 de julho do ano passado e 1 de julho de 2018, entraram 71 novos médicos e outros 68 saíram por reforma ou rescisão. “Não houve um investimento na substituição de pessoas durante algum tempo, houve anos em que praticamente não entraram recursos humanos e saíram muitos”, afirmou a responsável. Ana Escoval admitiu, ainda, que há uma elevada proporção de médicos com 50 e mais anos, que, segundo a lei, até poderiam estar dispensados de fazer urgências. “Felizmente para nós, continuam a fazer [urgência], numa dádiva à instituição e no sentido de garantir a formação adequada dos mais jovens. Não nos podemos esquecer que são profissionais abnegados, de uma responsabilidade incrível e a pressão nas urgências é muito grande”, declarou. Aliás, mesmo sobre os chefes de equipa que apresentaram a demissão, Ana Escoval frisa a sua “dedicação, capacidade de resiliência e capacidade de resposta clínica de alto gabarito”. A administradora acredita que a contratação de mais de 50 novos recém-especialistas será “uma lufada de ar fresco” na renovação de médicos e, também, no atenuar do trabalho nas urgências. “Ajudará a resolver algum peso da urgência e a ir ao encontro do que os profissionais referem como necessidade de garantia de substituição destas gerações”, sublinhou. De salientar que, em média, o São José atende cerca de 400 episódios de urgência por dia e, só na terça-feira, por exemplo, tinha 88 médicos escalados. As três unidades do CHLC têm entre 600 e 750 episódios de urgência diários.

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