Mulheres submetidas a radioterapia para tratamento do cancro da mama apresentam um pequeno, mas ainda assim significativo, risco acrescido de virem a desenvolver tumores primários do pulmão e esse risco aumenta em função da quantidade de radiação absorvida pelos tecidos.
Os resultados foram divulgados por Trine Grantzau, do departamento de clínica experimental oncológica do Hospital Universitário de Aarhus, Dinamarca, na 33ª Conferência da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia, que decorre até amanhã em Viena, Áustria. De acordo com o investigador, foi possível concluir “que por cada gray (dose de radiação ionizante absorvida) que atinge o pulmão, no decurso de tratamento por radioterapia de mulheres com cancro da mama, o risco relativo de desenvolvimento de tumores primários aumenta. Este risco aumentado foi semelhante ao risco acrescido de doença cardiovascular após radioterapia, já anteriormente documentado”.
“As nossas descobertas sugerem que qualquer redução da dose de radiação que atinge o pulmão resultará numa redução proporcional do risco de desenvolvimento subsequente de tumor primário”, afirmou Grantzau.
“Com os avanços que se registam no tratamento do cancro da mama e a introdução de programas de rastreio, a sobrevivência a longo prazo aumentou significativamente. Sabendo isto, precisamos de aumentar os cuidados relativamente ao desenvolvimento de cancros secundários induzidos por radioterapia, adoptando procedimentos para reduzir esse risco através da utilização de técnicas radioterapêuticas que consigam evitar, tanto quanto possível, tecido saudável”, conclui.
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