O Governo reconheceu ontem que a situação nos serviços de saúde do Alentejo Litoral é "das três mais graves do país" e apontou melhorias a partir de Outubro, disse à agência Lusa o presidente da comunidade intermunicipal.
"O Governo confirma que esta é uma situação muito preocupante no país", a par do barlavento algarvio e de algumas zonas de Lisboa, afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), Vítor Proença, após uma reunião com o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.
Segundo Vítor Proença, na reunião, que decorreu ontem à tarde, em Lisboa, o governante indicou aos cinco autarcas da CIMAL que, a partir de Maio, serão iniciadas medidas que poderão produzir "alguns resultados" em Outubro.
Os autarcas de Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém, eleitos pela CDU, e de Odemira e Sines, do PS, solicitaram a intervenção do Ministério da Saúde para solucionar os problemas do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), "tendo em conta o número de críticas que existem por parte dos utentes relativamente a falhas de resposta".
Apesar de valorizarem "imenso" os profissionais de saúde que trabalham no HLA, sediado em Santiago do Cacém, "continua a haver uma situação muitíssimo grave na urgência hospitalar, que não foi resolvida", frisou Vítor Proença.
"Tempos de espera longuíssimos", aos quais o recurso a empresas de contratação de mão-de-obra não tem conseguido "dar resposta", bem como a desmotivação dos profissionais, são problemas que os autarcas da CIMAL querem ver solucionados.
Actualmente, faltam, "pelo menos, 80 médicos no litoral alentejano", carência que afecta "particularmente os cuidados de saúde primários", estimou Vítor Proença, que é também presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal.
As soluções apontadas por Fernando Leal da Costa passam, de acordo com o presidente da CIMAL, pelo retorno ao Serviço Nacional de Saúde de médicos reformados sem terem de prescindir da reforma ou do vencimento, pela atracção de mais médicos estrangeiros, sobretudo cubanos, e pela contratação excepcional de serviços junto de instituições particulares de solidariedade social.
Os autarcas propõem ainda a criação de "medidas de incentivo" à fixação de médicos na sub-região e querem assumir-se como "parte da solução", papel que lhes foi reconhecido pelo secretário de Estado, referiu Vítor Proença.
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