"Saúde no Algarve abandonada", denuncia a Ordem dos Médicos

CHAlgarve
O Conselho Distrital do Algarve da Ordem dos Médicos (OM) pronunciou-se hoje sobre a situação vivida no centro hospitalar da região Sul do País através de um comunicado de imprensa que tem como título "Saúde no Algarve abandonada".

“Há vários anos que o Centro Hospitalar do Algarve (CHAlgarve) tem problemas graves de recursos humanos, nomeadamente médicos, sobretudo nalgumas especialidades, com manifesta incapacidade de resolução pelo Conselho de Administração e pelo Ministro da Saúde. Esta situação tem uma maior acuidade agora, porque existe maior necessidade desses recursos, em virtude das férias do pessoal, da maior pressão sobre os que ficam a trabalhar e do enorme aumento da população”, começa por relatar e prossegue, revelando que os profissionais de saúde estão sobrecarregados e esgotados.

“Verificamos que grande parte dos médicos estão sobre imensa pressão pelo Serviço de Urgência, transversal a todas as especialidades, mas sobretudo nas especialidades cirúrgicas (Cirurgia Geral, Ortopedia, Ginecologia/Obstetrícia, Anestesia, etc.); que muitas vezes fazem 48 horas de Urgência por semana, não sendo possível assegurar o outro trabalho regular dos Serviços, para além do natural cansaço/esgotamento dos médicos com esta sobrecarga de trabalho. Isto conduz a grande frustração por parte dos médicos que não conseguem resolver convenientemente os problemas dos doentes, pondo em causa a qualidade da Medicina.”, lê-se no documento.

A Secção Regional do Sul (SRS) da Ordem dos Médicos revela ainda que recebe frequentemente queixas de médicos “que lamentam a incapacidade e o desinteresse que sentem nas instâncias do poder administrativo e político”.

É possível ler no documento que as queixas dos clínicos recaem principalmente sobre a questão a falta de anestesistas e de obstetras, que tem sido noticiada há várias semanas. O défice de médicos anestesistas “ tem levado à redução dos tempos operatórios em todas as especialidades e ao cancelamento da cirurgia regular e acrescida” e “a incapacidade de dar resposta às ecografias das grávidas levou a que fossem enviadas para o sector privado”.

“A Ordem dos Médicos está muito preocupada com esta situação, refira-se que há cerca de um mês, em comunicado, o Conselho Regional do Sul manifestou a sua preocupação com a crise que se vive no CHAlgarve

Assim, a OM mostra forte preocupação em relação ao cenário de crise que perdura no CHAlgarve e “exige uma tomada de posição dos decisores políticos, Conselho de Administração e Ministro da Saúde, para se evitarem consequências irreparáveis para os doentes”.

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Editorial | Luís Monteiro, membro da Direção Nacional da APMGF
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