Sistema nervoso assegura proteção dos intestinos, revela investigação
DATA
14/07/2016 11:51:14
AUTOR
Jornal Médico
ETIQUETAS

Sistema nervoso assegura proteção dos intestinos, revela investigação

Intestino

Um estudo realizado pelo Instituto de Medicina Molecular (IMM) “desvenda”  um “processo inédito”, protetor dos tecidos intestinais contra a inflamação e as agressões microbianas, combatendo-as sempre que surgem.

As conclusões, publicadas na revista científica Nature, surgem na sequência de diversas experiências aplicadas em ratos, nas quais o mecanismo funciona sob o controlo do sistema nervoso intestinal, através do qual “as células do sistema nervoso recebem sinais do intestino e dão instruções específicas ao sistema imunitário para reparar os danos”.

O IMM fez saver que já era conhecida a existência de uma relação “um diálogo, entre os neurónios do intestino e o sistema imunitário”, lembrando um estudo publicado recentemente por cientistas da Universidade de Rockefeller (EUA), segundo o qual determinados “ neurónios conseguem induzir certas células imunitárias (os macrófagos) a produzir substâncias protetoras do intestino”.

Nas palavras do coordenador desta investigação, Henrique Veiga-Fernandes, há um facto “completamente novo” na investigação que conduziu. “Não só desvendámos o fenómeno em si, mas também, descrevemos os mecanismos moleculares que estão em jogo”, sublinhou acrescentando que “identificámos uma ‘troca’ multicelular [linfócitos inatos, células da glia, células do epitélio intestinal], orquestrada por fatores neutróficos, que protege o intestino” e “constatámos que a alteração deste eixo celular e molecular conduz à doença inflamatória intestinal e à incapacidade de eliminar as infeções”, garantiu.

A aplicação prática dos resultados desta análise poderá passar, no futuro, pelo desenvolvimento de novas estratégias preventivas e terapêuticas contra a inflamação intestinal crónica, como a doença de Crohn ou a colite ulcerosa, assim como contra o cancro intestinal, ativando diretamente os linfócitos inatos, sem passar pela glia. “Queremos conseguir fazer o trabalho das células gliais”, concluiu.

Por favor faça login ou registe-se para aceder a este conteúdo

Terceiro espaço
Editorial | Luís Monteiro, membro da Direção Nacional da APMGF
Terceiro espaço

Qual é a relação entre medicina e arte? Serão universos totalmente distintos? Poderá uma obra de arte ter um efeito “terapêutico”?

Mais lidas

Sem artigos!
Sem artigos!