[caption id="attachment_17035" align="alignnone" width="300"] Filipa Faria - Assistente H. Graduada de Medicina Física e de Reabilitação - Diretora do Serviço de Reabilitação de Adultos 1 do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão[/caption]
 Filipa Faria - Assistente H. Graduada de Medicina Física e de Reabilitação - Diretora do Serviço de Reabilitação de Adultos 1 do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão[/caption]
A Medicina Física e de Reabilitação tem na lesão medular (LM) um dos desafios mais complexos e simultaneamente mais compensadores. Com efeito, esta é uma das patologias em que a nossa atuação é decisiva não só para a sobrevivência, mas para a qualidade de vida e participação social do indivíduo. Sem dúvida que o desenvolvimento tecnológico tem ampliado a nossa intervenção, permitindo que pessoas com graves limitações possam ter uma vida ativa e uma participação mais efetiva na sociedade, resultando numa maior satisfação pessoal e enriquecimento para as suas vidas e para a comunidade em que se inserem.
A reabilitação cumpre assim a sua missão de “reduzir o impacto da condição incapacitante permitindo ao indivíduo a obtenção de uma completa integração”(in Livro Branco de Medicina Física e de Reabilitação na Europa).
A tecnologia em reabilitação pode ser encarada sobre três vertentes: de diagnóstico, de intervenção terapêutica e facilitadora da inclusão social. Neste último caso, é habitualmente designada por produto de apoio (PA) e tem vindo a ser decisiva neste processo de inclusão social aofacilitar, promover e criar condições para a participação na sociedade. Deste modo, os PA permitem o acesso à educação, ao trabalho e ao lazer, a possibilidade de escolha em igualdade de circunstâncias com os outros, ou seja, o controlo sobre as suas vidas.
Contudo, para que o PA seja utilizado em pleno há que atender a alguns fatores aquando da sua prescrição:
Como tem sido manifestado pelas pessoas com deficiência e seus representantes ao longo de décadas e sublinhado na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada por Portugal em 2009, é importante garantir a igualdade para o exercício dos direitos e responsabilidades de todos os cidadãos, independentemente da sua condição de saúde, muitas vezes só possível recorrendo a PA.
Colocam-se alguns desafios para o futuro: as novas tecnologias prometem aumentar as capacidades das pessoas com LM; mas será que o acesso não será limitado por questões económicas? Como financiar a atribuição dos PA? Como garantir a equidade a não discriminação e o exercício do direito ao acesso? Por outro lado, cada vez mais as pessoas com deficiência exigem participar desde a fase de desenvolvimento do produto, design e processo fabrico; como incluir os utilizadores ao longo deste processo? Como aproximar os investigadores e engenheiros dos clínicos e dos utilizadores? Em jeito de reflexão, deixo-vos uma frase de Mary Pat Radabaugh que sintetiza a importância da tecnologia: “Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis; para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”.
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Qual é a relação entre medicina e arte? Serão universos totalmente distintos? Poderá uma obra de arte ter um efeito “terapêutico”?