Jornal Médico - André Vilela Alves: O papel do médico de família na saúde oral dos seus utentes

Leia o artigo de opinião da autoria de André Vilela Alves, médico dentista pela Egas Moniz School of Health and Science, graduado em Medicina Oral pela Universidade Complutense de Madrid, acerca do papel dos profissionais de Medicina Geral e Familiar na atenção da saúde oral dos seus utentes. O cancro oral é o sexto mais comum no mundo, contudo, continua a ser diagnosticado em estadios muito avançados com impacto severo na qualidade de vida dos utentes e em última instância, provocar a morte. O médico dentista e o médico estomatologista são os profissionais por eleição no diagnóstico das patologias da cavidade oral e no despiste de lesões potencialmente malignas. No entanto, também o médico de família tem um papel preponderante no diagnóstico precoce destas lesões e na respetiva referenciação, quando necessário. É imperativo que os utentes tenham mais atenção às doenças orais para além da cárie, como as doenças periodontais, distúrbios osteoarticulares e de oclusão dentária, lesões da mucosa oral e também a patologia oncológica. Deverá existir uma especial atenção por parte do médico de família, aos comportamentos ou fatores de risco dos seus utentes com impacto na saúde oral, como a higiene oral, dietas e alimentação, o consumo de álcool e de tabaco, entre outros. O médico de família é o profissional em quem mais frequentemente, os utentes depositam as suas preocupações e por isso, esta especialidade apresenta um papel fundamental na perceção das necessidades de saúde oral dos mesmos. O acesso ao profissional de saúde oral em Portugal, nem sempre é o mais facilitado, o que significa que no caso da existência de uma lesão que o paciente se aperceba, este muitas vezes, irá contactar com o seu médico de família numa primeira instância, no sentido de perceber a gravidade do que está a ocorrer. Dada a especifidade da patologia oral e o facto dos sinais e sintomas das diversas patologias poderem ser muito verosímeis, pode existir alguma dificuldade por parte do médico de família, no diagnóstico diferencial destas lesões, também pela ausência de meios auxiliares de diagnóstico. É de importância indubitável que o médico de família esteja a par do sentido de urgência acometido à patologia em questão e tratar se estiver ao seu alcance, ou, encaminhar quando não for dotado dos meios necessários. Sabendo que a taxa de mortalidade e morbilidade do cancro oral, em circunstância de diagnóstico precoce, é severamente inferior quando diagnosticado tardiamente, é necessário que exista um fluxo sem obstáculos, entre médico de família e profissional de saúde oral. Tendo em conta os dados que dispomos atualmente e a lacuna na prevenção e no diagnóstico deste tipo de cancro, nasce a Oral Pathology Academy. A Oral Pathology Academy, consiste numa academia de patologia oral, cuja missão consiste em capacitar e atualizar o médico dentista, o médico estomatologista e o médico de família, na sinalização precoce de lesões potencialmente malignas da cavidade oral. Este curso em específico para o médico de família, pretende ser uma ferramenta que lhe permita efetuar o diagnóstico diferencial da patologia mais comum da mucosa oral, bem como utilizar a terapêutica mais adequada à situação ou ainda, perceber em que ocasiões deverá referenciar. O primeiro curso desta academia, “Introdução à Patologia Oral Clínica” irá decorrer nos dias 16 e 17 de Junho, em Lisboa. Mais informações sobre este curso, podem ser solicitadas através de Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. .

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