 
        
                O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Nuno Jacinto, considera que o problema da articulação entre a Medicina Geral e Familiar e a área da Oncologia é o mesmo que existe em outras especialidades. “Temos sistemas de informação que não comunicam entre os diferentes níveis de cuidados e temos processos do doente que não são únicos. E, portanto, a informação fica espalhada por muitos sítios”, lamenta o dirigente da APMGF, que não poupa as críticas a um sistema que, nas suas palavras, sobrecarrega os médicos dos Cuidados de Saúde Primários com “tarefas adicionais [sobretudo, burocráticas] que ultrapassam a atividade clínica”. Esta é uma das entrevistas realizadas a propósito da "FOLLOW UP Doenças Oncológicas e Cuidados de Saúde Primários", na edição 134 do Jornal Médico.
O tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro é cada vez mais prevalente e estima-se que afete um quinto de todos os doentes oncológicos, de acordo com dados do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT)1. Uma pessoa com cancro tem um risco superior de desenvolver um coágulo venoso2, sendo a trombose a segunda causa de morte em doentes com cancro, apenas superada pela evolução do próprio tumor. No Dia Mundial da Trombose, que se assinala anualmente a 13 de outubro, a LEO Pharma alerta para a estreita relação entre os episódios de tromboembolismo e o cancro.
Novos problemas emergiram ou, finalmente, receberam a atenção devida, como é o caso do burnout, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu na lista de doenças ocupacionais, ou seja, das patologias contraídas em contexto laboral. Ao assinalar-se o Dia Mundial da Saúde Mental, a 10 de outubro, a Médis alerta para a necessidade dos sintomas do burnout serem mais conhecidos, para que se possa prevenir ou detetar precocemente a doença, evitando o seu agravamento.
Depois de lidar com múltiplas queixas de insónia durante a pandemia da COVID-19, e de encontrar evidência científica sobre o papel positivo do exercício físico, Inês Almeida, interna do terceiro ano de MGF, na USF Moliceiro, ACES Baixo Vouga, apresentou no 20.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família, a comunicação “Impacto do treino de força na insónia”.
Joana Bordalo e Sá, além da atividade clínica como oncologista médica no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO), dedica-se à investigação na área dos sobreviventes de doença oncológica (SDO). Segundo avançou a especialista, em resposta ao Jornal Médico, “o número de sobreviventes de cancro tem vindo a aumentar em Portugal”, estimando-se que, atualmente, haja cerca de meio milhão de SDO no nosso país. Esta é uma entrevista inserida no “FOLLOW UP Doenças Oncológicas e Cuidados de Saúde Primários” na edição 134 do Jornal Médico.
Estão abertas, até ao próximo dia 16 de dezembro, as candidaturas à Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuídas pela Biocodex Microbiota Foundation, no valor de 25 mil euros. O tema escolhido para os projetos candidatos à edição 2023 é a "Microbiota na saúde mental e no envelhecimento". Ao prémio podem concorrer clínicos/investigadores de instituições científicas e tecnológicas portuguesas.
Lançado em 2021, o movimento OSTOBER.ORG segue com o mesmo objetivo de dar voz às pessoas com ostomia. Criado pela Convatec, em parceria com a Associação ANOXV, este movimento tem como objetivo alterar a perceção e eliminar preconceitos sobre a ostomia e a pessoa com ostomia.
Cientistas acabam de revelar como as bactérias invasoras evoluem no intestino dos mamíferos a longo prazo. “Este é o primeiro estudo a avaliar a evolução das bactérias num organismo vivo, com uma microbiota saudável e livre de antibióticos num período superior a um ano, o equivalente a seis milhares de gerações de micróbios”, afirma Isabel Gordo, investigadora principal do grupo de Biologia Evolutiva do Instituto Gulbenkian de Ciência que liderou o estudo. O artigo, publicado na prestigiosa revista Nature Communications, deslinda dados importantes que poderão ser usados para antecipar e evitar a colonização por bactérias patogénicas ou a resistência a antibióticos.
O 20.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família arrancou com comunicações livres de apresentação de revisão de tema. “Abordagem da Incontinência Urinária na gravidez e pós-parto” foi o trabalho apresentado por Ângela Francisco, interna de primeiro ano, n a USF Martins Gil, em Leiria, um problema frequente e ao qual os médicos de Medicina Geral e Familiar devem estar atentos.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) tenciona estreitar os laços com a Medicina Geral e Familiar (MGF), uma especialidade que, nas suas palavras, tem sido a principal aliada no rastreio e na deteção precoce do cancro e também no seguimento dos sobreviventes de doença oncológica (SDO). Miguel Abreu, oncologista no IPO do Porto, defende, por isso, a implementação de “um modelo de abordagem integrada” entre os Cuidados de Saúde Primários e os hospitalares, que, através da criação de “canais de comunicação facilitadores”, possibilite a gestão dos doentes oncológicos numa lógica de proximidade.
Qual é a relação entre medicina e arte? Serão universos totalmente distintos? Poderá uma obra de arte ter um efeito “terapêutico”?